O incêndio que deflagrou às 15.09 horas de sexta-feira, dia 4 de agosto, no carrascal, Freguesia de Sarzedas, concelho de Castelo Branco, continua ativo e a causar preocupação aos operacionais.
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O fogo alastrou ao concelho de Proença-a-Nova onde continua o maior foco de inquietação, com muitas aldeias a ser ameaçadas pelas chamas. Contudo, ao longo do sábado, alguns reacendimentos do lado do Concelho de Castelo Branco também foram preocupando, mas foram situações rapidamente resolvidas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil confirma isso mesmo, que “o incêndio continua ativo e tem já uma dimensão considerável”, remetendo esclarecimentos concretos para mais uma conferência de imprensa que está a preparar no local, tal como já aconteceu no sábado.
No teatro de operações ao início da manhã deste domingo estavam a combater as chamas 1139 operacionais, apoiados por 402 viaturas e começavam a entrar novamente em ação os meios aéreos.
O reforço de meios tem sido uma constante e a última noite continuou sem dar tréguas.
O próprio presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, reconheceu que “o fogo ganhou uma extensão muito grande e criou várias frentes que se vão movimentando, afetando várias áreas”.
O autarca lembrou ainda que “a reincidência e o ciclo de fogos que vamos tendo ao longo dos anos é preocupante”, defendendo que “todos recordam o incêndio de 2003 que, precisamente a 1 de agosto deflagrou e devastou toda esta área onde agora volta a arder”.
João Lobo reitera ainda o esforço de todos os agentes de Proteção Civil no teatro de operações. “É certo que muitas vezes, o espírito de revolta e mágoa nos inundam nestas situações, mas temos de objetivamente transformar a nossa paisagem e o nosso ordenamento do território”, afirma.
E para depois do rescaldo e consolidação deste incêndio, que ainda está longe de ser dominado, espera que “todos estejam consciente do trabalho que há a fazer, com as ferramentas hoje disponíveis para fazer essa transformação da paisagem”.
“Se não o fizemos, infelizmente, daquilo que é a continuidade dos povoamentos florestais que temos, quando tivermos um incêndio que toma estas proporções, só há perda de valor para os proprietários e custo para a sociedade toda ao nível da biodiversidade, bem como o efeito ambiental negativo. É tempo de todos termos consciência, incluindo a Assembleia da República, que muitas vezes tem de deixar aquilo que é o espírito ideológico, de política só, e convergir naquilo que é essencial relativamente à proteção e ordenamento do território”, reitera.