Incidência desacelera e Portugal deve pisar linha vermelha entre um e dois meses
Portugal deve atingir a barreira dos 120 casos de infeção por 100 mil habitantes entre um e dois meses, estimam a DGS e o INSA, que dão conta de uma redução do valor do Rt em abril.
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O número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 70 novos casos, com tendência estável a crescente, a nível nacional. A Direção-Geral da Saúde, que hoje divulgou o terceiro relatório "Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19", estima que Portugal atingirá a marca dos 120 casos de infeção entre um e dois meses.
Nos últimos sete dias, todos os casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação. E foram rastreados e isolados 94,3% dos seus contactos.
A previsão tem em conta o atual índice de transmissibilidade (Rt) numa média a cinco dias, que é hoje de 1,05 - a região de Lisboa e Vale do Tejo é a única do país em que esse indicador é inferior a 1 (0,96). A DGS indica que se observou uma redução do Rt - o número de pessoas que um determinado indivíduo pode infetar em dado intervalo - entre 8 e 11 de abril, de 1,08 para 1,01, "sugerindo um desacelerar do crescimento da incidência neste período de tempo".
Internados abaixo dos valores críticos
O número diário de casos de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente está atualmente com uma "tendência ligeiramente decrescente a estável, encontrando-se abaixo do valor crítico definido" de 245 camas ocupadas, adianta o relatório
82,9% dos casos de covid-19 em Portugal estão associados à variante originalmente surgida no Reino Unido. A prevalência estimada da variante da África do Sul é de 2,5% e a do Brasil de 0,4%.
"A análise global dos diversos indicadores sugere uma situação epidemiológica com transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde", concluem os especialistas da DGS e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que apontam "um ligeiro aumento da transmissão nos grupos etários mais jovens, nas quais o risco de evolução desfavorável da doença é menor".
Quanto à realização de testes a nível nacional, "observou-se um aumento" nos últimos 7 dias, embora a proporção de positivos (de 1,6%) se mantenha abaixo do objetivo definido de 4%. Ao mesmo tempo, a proporção de casos confirmados notificados com atraso mantém a tendência decrescente.
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