O INEM enviou na quinta-feira um lote de fatos especiais para a Guiné-Bissau, depois de terem surgido críticas sobre a qualidade dos equipamentos fornecidos aos profissionais do instituto que estão naquele país numa missão de prevenção do ébola.
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A equipa que está na Guiné-Bissau relatou ao Sindicato dos Técnicos da Ambulância e Emergência (STAE) que os fatos de proteção estavam a rasgar-se, pondo em risco a segurança dos profissionais e reclamou das condições de habitabilidade e salariais. Queixou-se, por exemplo, de ter de lavar o fardamento em bidés, de ter de pagar a água que utilizam e de as comunicações ainda não estarem estabelecidas para Portugal, tendo de pagá-las do próprio bolso, referiram ao STAE.
Num comunicado enviado às redações, o INEM assegurou que a afirmação de que os fatos não são iguais aos que existem em Portugal não é verdadeira e que os profissionais estão a auferir os vencimentos previstos na legislação. "Os vencimentos que auferem no exterior são, como exige a legislação vigente em Portugal, os vencimentos que auferem em Portugal acrescidos de ajudas de custo, também determinadas por legislação em vigor", esclareceu o INEM.
"Quanto à afirmação de que os cooperantes têm que lavar os seus fatos em bidés, naturalmente que na Guiné, tal como em Portugal, os profissionais do INEM são responsáveis pelo seu fardamento e pelas suas condições de higiene", acrescenta a nota do INEM, salientando que isto é feito "com mais ou menos dificuldades, lá, tal como cá, consoante as condições existentes".
Sobre os equipamentos de proteção individual, o INEM afirma que os fatos enviados para a Guiné-Bissau cumprem as normas de segurança e que "não pode, nem nunca o fez, adquirir equipamentos que não estejam em conformidade com a lei vigente para este tipo de ações".
Para contrariar a divulgação de "notícias que podem pôr em causa o bom nome do INEM, de Portugal e a estabilidade física e emocional dos elementos das equipas", o organismo afirma que já enviou para Bissau "mais um lote de fatos com todas as características exigidas para a total segurança" dos seus profissionais.
Desde março que o INEM, em parceria com outras entidades da área da Saúde, nomeadamente o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), está a liderar a Missão Portuguesa de Cooperação de Combate a Doença de Vírus Ébola, com uma missão internacional de apoio à República da Guiné-Bissau.
A missão conta com quatro profissionais do INEM - um médico, um enfermeiro e dois técnicos de emergência - dois técnicos de laboratório do INSA e um elemento da DGS, a alocar dependendo do risco. As equipas rodam a cada cinco semanas.