Falta liquidar 3,7 milhões de euros para evitar paragem de ambulâncias.
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O INEM já pagou duas tranches da dívida aos bombeiros, mas tem de garantir até esta sexta-feira que consegue liquidar até ao final do mês o montante em falta, por forma a encerrar as contas até 30 de maio. Caso contrário, as corporações ameaçam parar as ambulâncias de socorro ao serviço do INEM na sexta-feira. A garantia foi deixada ontem pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), após uma reunião no Ministério da Saúde.
Segundo António Nunes, o INEM pagou esta semana aos bombeiros uma parcela de 3,7 milhões de euros e ontem outra de seis milhões de euros. “Faltam 3,7 milhões para que as contas até 30 de maio estejam fechadas”, afirmou, ao JN.
O presidente da LBP adiantou que em causa estão “processos administrativos a que os bombeiros são alheios”. “Percebemos que há verbas que o INEM está para receber do Ministério das Finanças e dos seguros e que, com isso, poderá cumprir os pagamentos”, afirmou. Se isso for possível, na sexta-feira não haverá qualquer suspensão da atividade das ambulâncias.
António Nunes disse que vai aguardar até hoje um contacto do Ministério da Saúde ou do INEM para garantirem que o pagamento será efetuado até ao final do mês, caso contrário “a luta vai continuar”.
Ministra recusa sair
É mais uma polémica que envolve o INEM, depois desta semana ter sido divulgado um relatório da IGAS que concluiu que um utente de Bragança que morreu após uma hora e 20 minutos à espera de socorro, num dos dias das greves que afetaram o instituto, poderia ter sobrevivido.
Face às conclusões, Chega, Livre e PAN voltaram a pedir a saída de Ana Paula Martins que, anteontem à noite, recusou demitir-se por considerar que os inspetores não encontraram uma relação direta entre o desfecho fatal e a greve dos técnicos que afetou a atividade do INEM.
Numa declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, a ministra frisou que “o relatório não faz uma ligação direta entre esta morte e a greve”.
“O relatório diz que o quadro clínico da vítima - e cito de novo: ‘inviabiliza, nestas circunstâncias, o estabelecimento de um nexo de causalidade entre o atraso no atendimento por parte do CODU e a morte ocorrida’”, afirmou.
No entanto, a ministra reconheceu que “houve atrasos claros no atendimento e, por isso, na prestação do socorro”. E admitiu que a falta de “nexo de causalidade” não deixa o Governo descansado, dizendo que o “mau funcionamento não se voltará a repetir”.