A porta-voz do PAN disse, este sábado, que acredita na eleição de um deputado pelo Porto, para o qual faltaram cerca de 800 votos nas legislativas de 2024, e assim contribuir para a formação de um grupo parlamentar na Assembleia da República.
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“É fundamental darmos a conhecer ao distrito do Porto aquilo que é o nosso trabalho e a nossa visão para o país e para a região”, afirmou Inês de Sousa Real, em declarações aos jornalistas. Falando numa ação de campanha em Baltar, no concelho de Paredes, onde assistiu a um jogo de andebol feminino de Sub-16, a dirigente assinalou que “o voto das pessoas [no distrito do Porto] pode, de facto, dar um grupo parlamentar ao PAN”.
Se esse objetivo for alcançado, prosseguiu a porta-voz do partido, será possível realizar mais trabalho, mais possibilidades de agendamento, de apresentar propostas e de haver meios para trabalhar em prol das causas que o PAN representa na Assembleia da República.
“Há muitas pessoas que ainda estão indecisas e não sabem em quem votar. Independentemente do partido em que tenham votado em anteriores eleições, aquilo que apelamos é que, desta vez, votem nas causas em que acreditam, como é o caso do desporto, que tantas vezes é esquecido em momentos de campanha eleitoral”, referiu.
Inês de Sousa Real assinalou que aquela ação de campanha realizada num pavilhão escolar onde decorria um jogo de andebol feminino, acompanhada de apoiantes locais, teve um “objetivo simbólico”, para o PAN destacar a importância do desporto no combate à desigualdade de género, para promover a inclusão e a importância do desporto na vida das pessoas.
“Sabemos que precisamos de mais investimento nas várias dimensões para apoiar os atletas que, de forma profissional, se dedicam ao desporto e muitas vezes representam o nosso país fora de Portugal”, sinalizou.
Lamentando que o desporto esteja a ser um tema ausente da campanha eleitoral, apontou a importância de ser apoiada, com várias medidas, a dimensão do desporto escolar e a sua continuidade ao longo da vida, incluindo nas questões relacionadas com as mulheres.
PAN quer chegar a eleitores "zangados"
Da parte da manhã, numa ação de campanha em Benfica, a porta-voz do PAN desvalorizou algumas das recentes sondagens que apontam para uma ligeira subida do partido, salientando que ainda existem "muitos indecisos". "Sabemos que há muitos indecisos, que as pessoas têm estado zangadas com os grandes partidos e frustradas porque não dão resposta às suas preocupações", disse Inês Sousa Real, vincando que "o PAN tem apelado precisamente a quem está zangado, independentemente de qual tenha sido o partido onde votaram no passado".
À margem de uma visita ao Mercado Municipal de Benfica, em Lisboa, Inês Sousa Real, após conversar com algumas pessoas, lembrou as preocupações dos vendedores com os preços que "dispararam". "Hoje, um quilo de feijão, por exemplo, está mais caro e está quase no dobro a ser vendido (...) do que era no mês passado" e, portanto, "quando o PAN insiste que é preciso termos um plano nacional de soberania alimentar para as leguminosas, para os vegetais e para a fruta, é porque, efetivamente, temos que estar, por um lado, ao lado das pessoas, mas, também ao lado da justiça ambiental", acrescentou.
A porta-voz garantiu que vai "continuar a trabalhar até ao último dia" para as pessoas "darem uma oportunidade ao PAN", que, na sua visão, "tem sido o partido que mais tem trabalhado na Assembleia da República e levado as grandes preocupações dos portugueses, como é o caso do combate à violência doméstica, à crise climática".
Questionada pelos jornalistas sobre uma possível instrumentalização política por parte do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na deslocação de sexta-feira, com a mulher, ao Santuário de Fátima, Inês Sousa Real desvalorizou esse momento, reafirmando que "aquilo que Luís Montenegro teria que separar era a vida empresarial pessoal da vida como primeiro-ministro.
"Quando tantas vezes dizemos que os políticos não são todos iguais, precisamos ter cidadãos comuns na campanha e, longe de mim, fazer de advogada-defesa de Luís Montenegro, porque temos muito que nos separa naquilo que é a nossa visão para o país, acho que, de facto, esse é o mal menor de Luís Montenegro, ter uma mulher ao lado que o apoia", acrescentou.