Inês de Sousa Real foi reeleita, este sábado, porta-voz do PAN, depois de a sua candidatura à Comissão Política Nacional ter conseguido 72% dos votos no IX Congresso do partido. No entanto, numa corrida a dois, o seu opositor e ex-deputado Nelson Silva também conseguiu lugares naquele órgão.
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Na reunião magna em Matosinhos, os militantes alteraram os estatutos, tendo aprovado a criação de uma juventude partidária, de conselhos consultivos e de um núcleo para a emigração e a extensão dos mandatos dos órgãos internos daquele partido para três anos.
Em 133 votos possíveis, a lista A, de Inês Sousa Real, conseguiu 97 votos (72%) e a lista B, de Nelson Silva, conquistou 35 votos (28%), tendo-se registado um voto branco. Com estes resultados, a atual líder do PAN terá 20 pessoas da sua confiança na Comissão Política Nacional, órgão alargado de direção. A outra candidatura, encabeçada pelo ex-deputado, assegura, ainda assim, sete mandatos na comissão.
No que toca ao Conselho de Jurisdição Nacional, a lista A obteve 98 votos, o que corresponde a dois mandatos, e a lista B recebeu 34 votos e fica com um mandato.
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Inês Sousa Real defendeu um "PAN unido", que se apresente como uma alternativa política perante os portugueses. Para isso, será necessário um "reposicionamento ideológico" do partido, no que diz respeito à "economia, à economia verde e à transição energética, mas também às políticas sociais", na certeza de que "há um campo politico" em Portugal que "não está, claramente, ocupado e que o PAN tem a potencialidade de ocupar". Em Matosinhos, a atual líder sublinhou que pretende projetar o PAN como o partido ambientalista português.
Oposição ao PS
No entanto, os opositores criticam a postura face ao PS. O filiado Rui Prudêncio defendeu a necessidade de "acabar, definitivamente, com a imagem que perdura na sociedade civil do PAN como uma espécie de Verdes do PS" e pediu que o partido faça uma oposição "forte" aos socialistas e ao Governo, nomeadamente no que toca ao Orçamento do Estado (em cujas votações o PAN se tem abstido).
A deputada única na Assembleia da República é líder do Pessoas-Animais-Natureza desde junho de 2021, quando foi a única candidata ao cargo no congresso que decorreu em Tomar. Então, sucedeu a André Silva, o primeiro deputado que o partido teve no Parlamento.