Em plena campanha, o PAN está a lidar com a notícia de mais uma dissidência. Foi durante as iniciativas desta quarta-feira, no Porto, que a porta-voz do partido desvendou que a autarca Margarida Magalhães, que agora anunciou a desvinculação do PAN, já se tinha desfiliado do partido em setembro.
Corpo do artigo
Inês Sousa Real lamentou que "só agora venha a comunicar não só que se desfiliou, mas que é candidata nas listas do PPM". "Denota que não há qualquer compromisso com aqueles que são os valores do PAN", referiu, à entrada das instalações do INEM na Invicta, por onde passou em visita.
Sousa Real manifestou que se trata de "um aproveitamento político", traduzindo esta saída como uma tentativa de "prejudicar o trabalho sério que o PAN tem feito e a diferença que faz na sociedade portuguesa". Segundo a porta-voz, "as pessoas lá em casa contam com o PAN para dar voz às causas que fundamos na Assembleia da República".
"Somos a única força política que, desde as matérias sociais, humanas, à proteção animal ou ambiental, tem feito a diferença na Assembleia da República, portanto, não nos oferece acrescentar absolutamente nada", reforçou.
Sousa Real refutou ainda a acusação de Margarida Magalhães, que estava no Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, no Funchal, de "múltiplas ilegalidades cometidas e de usar e abusar dos estatutos". "Há um processo democrático interno. A democracia interna tem que saber respeitar a democracia interna. Esta direção foi eleita com mais de 70% dos votos em Congresso", disse, acrescentando que "é a democracia interna a funcionar".
"Eu sei que muitas vezes é preciso ter bom ganhar, mas também é preciso ter bom perder", afirmou Sousa Real, acusando a agora dissidente Margarida Magalhães de "má fé", uma vez que já se tinha desvinculado do partido há quatro meses, e de ter partilhado a notícia "em cima de um ato eleitoral".
"O partido está unido. Nós estamos muito focados naquilo que é a nossa responsabilidade", finalizou.
PAN quer derrotar abstenção
Ao início da tarde, Inês Sousa Real visitou a associação Midas, um centro de proteção de animais. Foi aqui que apelou ao voto para que a abstenção não ganhe as legislativas de 2024.
"As pessoas estão muito frustradas porque não sentem que o custo do seu esforço de trabalho está a ter retorno do ponto de vista financeiro", pelo que é "fundamental "uma participação no próximo dia 10 de março", considerou a porta-voz.
"Seja por força da abstenção, que não deve sair vencedora na noite eleitoral, seja por força de um voto em forças políticas democráticas e que representem as preocupações e anseios das pessoas, é fundamental que as pessoas participem e apelamos a todas as pessoas que se reveem em causas como as que o PAN representa", acrescentou.
Confrontada sobre a sua continuidade se for, novamente, deputada única no hemiciclo, Inês Sousa Real, explicou que tem um "compromisso político com os portugueses", e trouxe à memória as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, quando disse que "consoante o resultado na noite eleitoral poderá até vir a convocar novamente eleições".