Infeção bacteriana deixa mulher sem pernas durante viagem a Portugal para ver Fátima
Luz Marina Contreras, uma mulher colombiana na casa dos 60 anos, viajou com a família para ver a Nossa Senhora de Fátima. Antes de isso ser possível, contraiu a bactéria Streptococcus pyogenes em Portugal e acabou por ficar com os dois membros inferiores amputados.
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A família chegou a Portugal no dia 27 de junho, dois dias antes da peregrinação a Fátima. Luz Contreras terá começado a sentir-se mal na madrugada do dia 29, com febres altas, e ter-se-á deslocado ao Hospital da Luz, em Lisboa, já em septicemia. A filha, Lina Carrascal, contou a história nas redes sociais.
O diagnóstico indicou uma infeção bacteriana por Streptococcus pyogenes, uma bactéria responsável por amigdalites e faringites, mas também escarlatina, febre reumática ou síndrome do choque tóxico — nos casos mais graves.
Sem historial clínico no país e sem acesso ao seguro de saúde colombiano, acabaria por ficar internada no hospital privado até 7 de julho. O choque tóxico provocado pela bactéria levou à falência dos órgãos vitais da mulher e obrigou a um coma induzido durante seis dias.
A pedido da família, a Embaixada da Colômbia em Portugal conseguiu tranferir Luz Contreras para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Lá foi submetida a uma traqueostomia e terminou os tratamentos, tendo recuperado a função dos órgãos, como conta a cadeia televisiva colombiana "Antena3".
Contudo, a situação complexa desencadeou uma necrose (morte celular ou de tecidos) nas mãos e pernas de Luz Contreras. No dia 21 de julho, foi transferida para uma unidade de cuidados intermédios, onde lhe foi, inicialmente, recomendada uma repatriação médica, já que a recuperação podia levar entre oito a 12 meses.
A família queria levar a mulher de volta para a Colômbia por causa do seguro de saúde e da proximidade a casa, em Barrancabermeja. No entanto, tal não foi possível. No dia 2 de agosto, um cirurgião plástico deu à família um prognóstico preocupante em relação à necrose: muito provavelmente seria necessária uma intervenção cirúrgica de tratamento nas mãos e nos pés.
Porém, o pior cenário confirmou-se. No dia 11 de agosto, os médicos tiveram de amputar os dois membros inferiores de Luz Contreras. Os membros superiores continuam em observação.
A família criou uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe para fazer face às despesas que, só no primeiro internamento (privado), ascenderam a 44 mil euros. “Recebemos o apoio de muitas pessoas que foram solidárias com este drama que estamos a viver”, escreveu Lina no Instagram.