Neurocientistas Morten Kringelbach e Frederick Barrett participam no simpósio “Aquém e Além do Cérebro”, promovido pela Fundação Bial, no Porto.
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Os neurocientistas Morten Kringelbach e Frederick Barrett são dois dos nomes fortes que marcam presença no 14º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”, promovido pela Fundação Bial. O evento, que junta duas dezenas de cientistas, psicólogos e artistas, arranca na quarta-feira e decorre até sábado, na Casa do Médico, no Porto.
Morten Kringelbach, professor de Neurociências das Universidades de Oxford, Reino Unido, e Aarhus, Dinamarca, fala na sexta-feira sobre os “progressos significativos na compreensão de como o cérebro orquestra a hedonia (prazer)”, explica a organização. O também Diretor Fundador do Centro para Eudaimonia e Florescimento Humano, deverá apresentar estudos de neuroimagem do “cérebro improvisador”, que demonstram “não só como a música leva ao prazer, mas também à criação de significado e à prosperidade, sustentando ainda que ao longo de períodos mais extensos, estas experiências podem dar origem tanto ao florescimento como ao sofrimento, proporcionando significado e propósito para a vida”.
Frederick Barrett, diretor do Centro de Investigação Psicadélica e da Consciência Johns Hopkins nos Estados Unidos, irá intervir no sábado, debruçando-se sobre a “evidência circunstancial e empírica que sugere que as substâncias psicadélicas podem ser moduladores poderosos (possivelmente intensificadores) da criatividade”. Em comunicado, a Fundação Bial adianta que Barrett, que usa música e intervenções farmacológicas, juntamente com medidas comportamentais, testes computadorizados e técnicas de imagem cerebral, para explorar a base neural do funcionamento emocional e dos estados alterados de consciência, irá explorar “evidências de alteração psicadélica da criatividade, bem como proporá uma abordagem para o uso combinado de música e substâncias psicadélicas como ferramentas para a investigação da base neural da criatividade”.
O programa do simpósio conta ainda com outras figuras de renome na área das neurociências, como Marilyn Schlitz, a norte-americana que aborda os fenómenos psíquicos e cujo trabalho inspirou Dan Brown no livro O Símbolo Perdido. São esperados, também, o brasileiro Sérgio Neuenschwander, que analisa o neurocinema e a invenção da realidade, o docente britânico Marcus du Sautoy, que questiona se a Inteligência Artificial pode criar arte, e o músico Pedro Abrunhosa, que combina o palco com palestras no mundo dos negócios e academia.