Uma equipa de investigadores portugueses descobriu um composto capaz de bloquear as três principais mutações do gene mais frequente nos cancros colorretal e pancreático. Os resultados foram demonstrados em laboratório e em ratinhos, mas o projeto já recebeu o prémio "Basinnov Innovation Award 2024".
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O projeto chama-se “TaMuK:Targeting Mutated KRAS”, está patenteado e deu os primeiros passos há cerca de dez anos, pelo grupo da investigadora Ana Preto, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da Universidade do Minho, e pelo grupo da investigadora Andreia Valente, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), a par de Helena Garcia e Paulo Costa (FCUL) e de Cristina Fillat, do Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer (Barcelona).
O novo composto designa-se PMC79, é baseado no metal ruténio e atua como uma espécie de “bala mágica” em mutações do gene KRAS, ligado ao desenvolvimento de vários cancros, como o colorretal e do pâncreas, refere a Universidade do Minho, num comunicado.
Nas últimas décadas foram feitos vários estudos para se atuar no gene KRAS, então considerado “invencível” ou “não tratável”. Recentemente, surgiram no mercado alguns inibidores, mas de eficácia limitada nos cancros colorretal e do pâncreas, no qual o PMC79 parece promissor, adianta a mesma nota.
Por ora, os resultados foram demonstrados apenas em laboratório, mas seguem-se os ensaios pré-clínicos e clínicos nos próximos anos.
O projeto recebeu o prémio "Basinnov Innovation Award 2024", lançado pela primeira vez este ano, para distinguir projetos de investigação inovadores com potencial aplicação na indústria farmacêutica, focado nas áreas da oncologia e imunoterapia.
A entrega do prémio, no montante de 20 mil euros, decorreu num evento satélite da Websummit, o HealthTech Connect, em Lisboa.