90% das mortes por cancro devem-se ao facto de este se espalhar pelo corpo, através de metástases. Uma equipa de investigadores descobriu agora que por trás deste processo estão proteínas específicas que são enviadas para preparar a invasão das células noutras partes do corpo.
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Essas tais proteínas, afinal milhões de vesículas de milionésimo de um milímetro, funcionam como uma espécie de "código hospital".
Meia centena de cientistas, provenientes de sete países, asseguram esta investigação, cujos avanços foram esta quinta-feira publicados na revista "Nature". "Estamos a abrir caminho a possíveis novas terapias", declarou um dos investigadores, Héctor Peinado.
As experiências realizadas, que incluem o apagar desse "código postal" em ratos, revelam resultados muito satistatórios. "Uma redução de 80% das metástases".
O que as equipas têm conseguido é enganar as células tumorais, alterando as instruções que habitualmente provocam inflamações ou formação de vasos sanguíneos, favoráveis à chegada das células tumorais.
A investigação tem concentrado a sua atenção no cancro da mama, que invade o pulmão, e no cancro do pâncreas que viaja até ao fígado.
Na comunidade científica há já quem avance que estamos diante de uma das maiores descobertas recentes sobre o cancro. Héctor Peinado mostra-se, no entanto, ao jornal El Pais, cauteloso, explicando que o "código postal" não funciona a 100%, ainda que crie predisposição ao órgão de destino.