O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) anunciou, esta quarta-feira, que há a possibilidade da formação de um ciclone tropical a oeste dos Açores em 48 horas ou cinco dias. Segundo o instituto, responsável pela monitorização e previsão de depressões tropicais, tempestades tropicais e furacões, o sistema pode mover-se para leste em direção ao continente europeu. IPMA está "a acompanhar a situação".
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"Uma área de baixa pressão formou-se ao longo de uma zona frontal em decomposição sobre o Atlântico subtropical central cerca de 850 milhas [1367 quilómetros] oeste-sudoeste dos Açores mais ocidentais", lê-se no site do NHC. "É provável que se forme um clima tropical ou depressão subtropical durante os próximos dias enquanto o sistema deriva geralmente para leste".
Segundo o NHC, há 60% de hipótese de o ciclone tropical se formar em 48 horas e 70% de hipótese em cinco dias.
Juan Jesús González Alemán, meteorologista da Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (AEMET), alertou para a situação através do Twitter, escrevendo que, apesar de "ainda ser um cenário a ser confirmado", "é possível que a Península Ibérica tenha de estar atenta à formação de um furacão numa latitude tão anormalmente alta". "As trajetórias previstas pelos modelos apontam para a nossa região", continuou.
Mucha atención a esto!
- J. J. González Alemán (@glezjuanje) August 31, 2022
Aún es un escenario por afianzar, pero es posible que la península ibérica tenga que poner el ojo a la formación de un huracán tan anómalamente alto en latitud. Las trayectorias previstas por los modelos apuntan a nuestra región.
Seguiremos la evolución. pic.twitter.com/p7uZBWOzEA
Questionado pelo JN, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou que há a possibilidade da formação de um ciclone tropical "no meio do Oceano Atlântico Norte, a oeste dos Açores".
"Existe a possibilidade de que se desloque para leste. É um dos cenários e estamos a acompanhar a situação", disse o IPMA, alertando, contudo, que "é difícil dizer o que vai acontecer", uma vez que "o NHC não declarou uma trajetória" para o potencial ciclone. "Pode vir para qualquer lado e não necessariamente para a Península Ibérica. Parece que vai ter deslocamento para leste, mas não significa que não vá para noroeste ou sudeste".
Caso o ciclone tropical se mova em direção à Península Ibérica, são esperados ventos fortes e precipitações abundantes e consistentes. "Depende de onde nos encontrarmos em relação à trajetória", rematou o IPMA.