O ministro da Educação revelou que já estão colocados nas escolas 800 professores com habilitação própria, ou seja, têm formação científica mas não têm formação pedagógica. Esta semana foram colocados mais 2528 professores no 3.º recrutamento deste ano letivo.
Corpo do artigo
“Todas as semanas chegam 600 novos pedidos de horários [ao Ministério] que nós resolvemos no prazo mais ou menos normal, cerca de 3 semanas após a escola pedir a substituição”, disse o ministro esta sexta-feira, em entrevista à SIC Notícias, que revelou que esta semana foram colocados mais 2528 professores nas escolas.
João Costa acrescentou que muitos dos casos das colocações são decorrentes de baixas e aposentações, adiantando que cerca de 3500 docentes vão aposentar-se até ao final do ano.
“Ao longo desta semana, desde a sexta-feira passada, nós resolvemos cerca de 1000 horários, 500 que já estavam pedidos e estavam por preencher, mais 500 que entretanto surgiram. Portanto, ao longo desta semana (...) foram mais 472, até agora, que foram resolvidos”, comentou João Costa.
Concursos anuais
O ministro da Educação lembrou também que acedeu a uma proposta dos sindicatos, que “não estava nas propostas originais” do Ministério, de recuperação anual de vagas. “Os concursos públicos, que eram de quatro em quatro anos, vão passar a ser anuais. A cada ano, cada vez que um professor se aposentar, a vaga abre”, acrescentou.
Quanto ao plano de médio a longo prazo, ao longo dos próximos anos, João Costa esclareceu que “o que nós queremos é motivá-los [os professores sem formação pedagógica] para que façam a sua profissionalização” e possam continuar nas escolas.
Em julho, o responsável pela tutela da educação disse que esse seria o "último recurso da contratação" e recusou que se esteja a diminuir a exigência nas qualificações dos professores ao admitir nas escolas apenas professores licenciados. Assegurou que “não está em causa que o país queira ter professores menos qualificados ou baixar a fasquia na qualificação dos professores”.
Na semana passada, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, FENPROF, afirmou que havia “mais de 100 mil alunos sem professores atribuídos este ano”, abrangendo todas as disciplinas e todas as regiões do país. O sindicalista assegurou que este ano letivo “abriu com três quartos das escolas, ou seja, 73,7% a terem falta de professores".