Pior do que Portugal só mesmo a Bulgária, a Lituânia e a Letónia. Há mais 40 mil crianças em risco de pobreza. Defendidas políticas integradas e não medidas avulsas.
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A pobreza anda de mãos dadas com a desigualdade. No ano passado, continuou a aumentar o número de crianças em risco de pobreza ou exclusão social. Os pobres ficaram mais pobres. E a desigualdade na distribuição de rendimentos agravou-se em 1,7 pontos percentuais (pp), fazendo com que Portugal subisse um lugar no “ranking” de países da União Europeia (UE) mais desiguais, para ocupar, agora, a quarta posição. Pior, só a Bulgária, a Lituânia e a Letónia.
Números que escondem 2,104 milhões de rostos de pobreza. Apesar de estabilizada a taxa nos 20,1%, no ano passado, contavam-se mais 20 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, com impacto maior nas crianças: são agora 379 mil (22,6% do total), mais 40 mil face a 2022. Agravou-se, ainda, a intensidade da pobreza, com os pobres ainda mais pobres: metade tinha um rendimento monetário disponível 25,6% abaixo do limiar de pobreza (591 euros mensais).