Na véspera do maior aumento dos preços dos combustíveis, Jerónimo de Sousa alerta contra "o aproveitamento" da situação de guerra na Ucrânia para se "subir preços, aumentar juros e infligir novos ataques aos direitos". No discurso do comício de celebração dos 101 anos do PCP, este domingo, o secretario-geral garantiu que os comunistas nada têm a ver com Putin.
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"O PCP não apoia a guerra. Isso é uma vergonhosa calúnia. O PCP não tem nada a ver com o governo russo e o seu presidente", sublinhou Jerónimo de Sousa, recebendo uma ovação.
A sala do Campo Pequeno encheu para celebrar o fim do centenário do partido, sendo múltiplos os apelos à paz.
No discurso, o secretário-geral responsabiliza os Estados Unidos pela escalada de armamento e "dominação imperialista", defendendo que a guerra só beneficia a administração norte-americana pela venda de armas.
Para o cessar-fogo, defendeu, "é de maior importância o reforço da luta contra o fascismo e a guerra contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução, contra a militarização da União Europeia pelo fim das sanções e dos bloqueios".
"A guerra surge cada vez mais como resposta à crise em que o sistema capitalista mergulhou. Da Palestina à Síria, do Iraque à Líbia, da Jugoslávia ao Afeganistão os povos conheceram o drama da destruição e da guerra, pela mão dos que hoje se fazem passar por pombas inofensivas e amantes da paz", sublinhou. "Paz sim, guerra não", gritaram em uníssono.
Contra a Direita
Internamente, Jerónimo voltou a culpar o PS pelo chumbo do Orçamento que levou às eleições e à maioria absoluta do PS.
A proposta de revisão do PSD representa o risco de "retrocesso social", defendeu. Os socialistas, insistiu, sempre seguiram orientações da Direita. E assim, mesmo antes do próximo Governo maioritário tomar posse, o PCP, garantiu, "já tem um vasto rol de exigências".
"A luta pela paz contra a escalada da guerra, tem de ser desde já associada à luta em defesa dos direitos, à reposição e valorização do poder de compra dos salários e das pensões", defendeu.