Os jornais são as fontes noticiosas mais consultadas através da internet e o meio de informação neste suporte preferido pela maioria dos inquiridos - para o estudo "Públicos e consumos de média" - é o "Jornal de Notícias".
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Promovido pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), este relatório, ontem apresentado, foi feito com base em entrevistas a 625 pessoas que se identificaram como utilizadores da internet e consumidores de notícias.
O JN aparece em primeiro lugar, com 37% das escolhas dos inquiridos, quando questionados sobre a fonte noticiosa utilizada na internet na semana anterior ao inquérito. Seguem-se-lhe do "Correio da Manhã" com 23%, o desportivo "A Bola" e o "Público", a registarem ambos 12%, e o "Diário de Notícias", que alcança 10%. Dos 37% que escolhem o JN para aceder às notícias, 84% fazem-no exclusivamente online e apenas os restantes 16% revelam que também consultam a edição em papel.
"Estes dados sugerem que, em Portugal, os jornais impressos (e em particular as suas marcas de origem em papel) detêm um potencial de agregação de públicos em plataformas digitais muito superior aos dos restantes meios tradicionais", lê-se no documento.
Televisão lidera todos os suportes
Se para o consumo de notícias forem tidos em conta todos os suportes, e não só a internet, a televisão passa a ser a principal fonte de notícias dos utilizadores com este perfil (93%). A seguir encontram-se as redes sociais (66%) ligeiramente à frente dos jornais impressos (65%). A rádio aparece como a quarta fonte, mencionada por 28% das pessoas ouvidas. Na televisão, as preferências vão para os canais generalistas: a SIC é a mais escolhida (68%), a TVI aparece em segundo lugar (63%), a seguir surge a RTP1 (46%) e, por fim, a RTP2 (12%).
Os dados ontem revelados fazem parte de um projeto que nos próximos anos irá incidir sobre os restantes suportes. Para o ano, soube o JN, será dedicado aos meios audiovisuais.
"O estudo confirma aquilo que nós suspeitávamos e que tínhamos impressão do que estava a acontecer", disse Carlos Magno, presidente da ERC, citado pela agência Lusa. Segundo o responsável, este trabalho "pretende monitorizar o setor para o futuro". v
Dois terços dos portugueses
Segundo o inquérito da ERC, dois terços da população residente em Portugal é que têm acesso à internet. Ainda há um terço sem contacto com este suporte.
Pagamento irrelevante
O estudo diz que é "praticamente irrelevante" o número de utilizadores que indicou ter pago para aceder a notícias online no último ano. Das 621 pessoas ouvidas, apenas 4 (1%) confirmaram fazê-lo. Quanto ao futuro, 40% consideraram "muito improvável" pagar pelas notícias e 34 "improvável". Só 3% admitiram ser "muito provável" vir a fazê-lo.
Computador mais utilizado
O computador de secretária é o dispositivo mais utilizado para aceder à internet (96%), seguindo-se o smartphone (51%) e o tablet (17%).