Joacine Katar Moreira está a ser acusada de ter recorrido, na terça-feira, a um segurança para evitar responder a perguntas dos jornalistas, que nos últimos dias têm tentado contactá-la devido ao desalinhamento entre a deputada única do Livre e a direção do partido. O assessor garante que era um guarda da GNR, que trabalha na Assembleia da República, a quem foi pedido que acompanhasse Joacine ao gabinete.
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Joacine Katar Moreira, que nos últimos dias lançou críticas à direção do partido e disse mesmo estar a ser vítima de uma tentativa de golpe, evitou responder aos jornalistas que tentaram confrontá-la com a recente crise no Livre.
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Depois de, na terça-feira, ter sido noticiado o incumprimento no prazo de entrega do projeto de alteração à Lei da Nacionalidade - uma das bandeiras do partido durante a campanha - Joacine tentou mesmo assim, junto da mesa da Assembleia da República, submeter para discussão o seu projeto, que ficará por debater. Em ambos os casos, a deputada eleita pelo Livre escolheu não comentar, mesmo quando, já ao final do dia, foi confrontada pelas equipas de reportagem da SIC e da RTP, nos corredores do Parlamento.
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Nas imagens divulgadas pelas estações de televisão, vemos Joacine a sorrir para as câmaras, em silêncio, enquanto caminha acompanhada pelo assessor, Rafael Esteves Martins, e escoltada por um homem, de fato e gravata, que chega mesmo a tentar afastar os jornalistas da deputada, tanto verbalmente como gestualmente. Segundo a SIC e a RTP, o gabinete de Joacine chamou a segurança do Parlamento para afastar os jornalistas da deputada e para a acompanhar até ao exterior do edifício.
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Ontem, um jornalista entrou-nos pelo gabinete. Larguem o osso.
No Twitter, Rafael Esteves Martins - com quem o JN está a tentar falar desde ontem, também no Parlamento - garantiu que o homem que acompanhava a deputada não é um segurança, mas sim um guarda da GNR que na altura estaria "a olhar" pelo Salão Nobre da Assembleia da República e a quem pediu que acompanhasse a deputada até ao gabinete. Já esta manhã, questionado naquela rede social para a razão pela qual a deputada precisava de acompanhamento de um GNR, o assessor respondeu desta forma: "Ontem, um jornalista entrou-nos pelo gabinete. Foi isso. There, I said it. [Pronto, disse] Larguem o osso."
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Depois de, na segunda-feira, Joacine ter falado ao "Notícias ao Minuto" sobre a tensão que se vive no Livre, e que diz vir já desde a campanha eleitoral, o jornal "Público" publicou hoje uma entrevista (a data em que foi feita não é clara) em que destaca a frase "Identifico-me com o Livre e o Livre identifica-se comigo", dita pela deputada.
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