
Joana Marques e João Manzarra associaram-se à Agência Portuguesa do Ambiente
Foto: Diana Quintela / Arquivo
A humorista Joana Marques e o apresentador João Manzarra associaram-se à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) na campanha a "União Faz a Separação". A iniciativa, que vai ser divulgada esta segunda-feira, pretende alertar para a importância de fazer a separação do lixo e para o desperdício alimentar, especialmente na época natalícia.
Com a campanha a "União Faz a Separação", a APA "reforça o compromisso com a sensibilização da população para a correta separação de resíduos", aproveitando a época natalícia e os desperdícios associados, dos embrulhos das prendas aos restos da mesa de Natal para sensibilizar para a necessidade da separação. A mensagem é clara: "Vamos separar o lixo antes que o futuro se lixe."
A campanha, com vídeos promocionais sob o mote "vamos lixar o lixo", vai estrear esta segunda-feira em todos os meios, do analógico ao digital. Tem um orçamento de 5,3 milhões de euros e aposta em dois momentos: um nesta época festiva, com vídeos que pretendem chocar e fazer pensar, e outro na próxima primavera.
"É uma coisa sem precedentes, como nunca foi feito", revelou o presidente da APA, justificando o investimento na campanha. "Portugal está numa espécie de estado de emergência na questão dos resíduos sólidos", acrescentou.
Cada português produz 500 quilos de lixo por ano
"Produzimos anualmente 5,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no país. Cada português produz, por dia, 1,4 quilogramas", o que equivale a cerca de meia tonelada por ano. "A má notícia é que a recolha seletiva estagnou há sete anos nos 20%", acrescentou o presidente da APA.
Dos 80% de resíduos sólidos não separados, metade acaba num dos 32 aterros portugueses, que "só têm uma capacidade disponível à volta de 15%", alertou. Com a lotação nos 85%, e não se podendo construir mais, Pimenta Machado diz que os portugueses têm "cinco ou seis anos para mudar o comportamento, para produzir menos resíduos e reutilizar mais."
Esta missão, segundo o presidente da APA, "faz-se envolvendo as pessoas". Daí a importância "desta campanha, sem precedentes, para chegar a todos" com uma mensagem tão simples quanto importante: fazer da separação de resíduos um gesto natural, diário e consciente.
O maior desafio ambiental em Portugal
Para mim, o maior desafio em Portugal em termos de política ambiental é gestão dos resíduos sólidos urbanos e não só", alertou o presidente da APA, depositando "esperança nos bioresíduos", os restos de comida, que representam 40% do lixo produzido pelos portugueses.
"Portanto, aquilo que nós conseguirmos fazer nos bioresíduos é fundamental para a gestão da recolha afetiva", disse Pimenta Machado, recordando que os municípios estão obrigados a instalar a recolha seletiva desde o ano passado. O baldinho castanho, para a recolha de restos, levou a recolha seletiva a 200 municípios, dos 308 em Portugal.
"Já recolhemos, capturámos seletivamente cerca de 14% dos bioresíduos, o que quer dizer que há 86% que não são capturados", dos cerca dois milhões de toneladas de restos de comida produzidos em Portugal anualmente. "Portanto, aquilo que conseguimos fazer nos bioresíduos é fundamental" para gestão dos resíduos sólidos urbanos.
