A deputada bloquista Joana Mortágua citou esta quarta-feira Paulo Portas na imigração para atacar Nuno Melo, num debate da RTP, enquanto o presidente do CDS-PP acusou o BE de ter sido responsável, no âmbito da geringonça, pela degradação da Saúde, desde logo na luta contra as parcerias público-privadas (PPP).
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“Quando até Paulo Portas percebe a necessidade que a nossa economia tem da imigração, é preciso citar-se o bom senso”, afirmou Joana Mortágua. “Quem nos vai servir à mesa nos restaurantes? Quem vai arrumar os quartos dos hotéis? Quem vai para as gruas da construção civil? Quem faz a entrega das compras online?”, afirmou, citando o comentador.
Nuno Melo ironizou com o facto de Portas ter sido citado pela deputada, dizendo que “nada está perdido” e o BE ainda poderá ver “a luz”. “A mim não me vai ver a citar Francisco Louçã”, atirou o ministro da Defesa.
Em resposta à alegada “montenegrização da oposição”, Mortágua disse existir uma “venturização da política do PSD”, pela aproximação a posições do Chega. Em particular na imigração, acusou o Governo de “imitar a extrema-direita no discurso”.
Por sua vez, Melo apelou ao voto útil e disse que Montenegro “foi claríssimo” ao dizer que só governa se vencer. Por isso, é de “enorme importância” concentrar os votos na AD.
Tetos nas rendas divide
Na habitação, Mortágua insistiu na necessidade de se impor um teto às rendas. E Nuno Melo referiu que a medida do Bloco “não é nova”, comparando-a à estratégia de Salazar, no Estado Novo. Disse ainda que a proposta do BE traz um “ataque à propriedade privada” e uma degradação do parque habitacional. Mas Joana Mortágua recordou que é uma “medida experimentada na Europa”.
Na Saúde, o BE defendeu que a AD poderia ter feito “um pouquinho melhor” do que o PS e acusou-a de entregar o SNS aos privados. Mas o CDS culpa o Bloco pelo fim de PPP que transformaram “hospitais extraordinários em hospitais cheios de problemas”, no âmbito da geringonça. “Joana e Mariana Mortágua são responsáveis pelo agravamento da saúde por decisões que foram ideológicas”. criticou. “Testemunhei a excelência de um hospital que vocês destruíram, isso é quase criminoso”, acrescentou, aludindo a Braga.