Jovens de todo o Mundo viajam para Portugal para dar o seu contributo.
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Maria Martinez, 32 anos, chegou em fevereiro a Portugal para participar, pela quarta vez, numa jornada mundial da juventude. "Tenho um amor muito profundo às jornadas. Não há recompensa económica, mas há outras muito maiores", partilha a jovem mexicana, nas instalações da sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa. É uma das dezenas de milhares de voluntários que trabalham, diariamente, para que nada falhe na primeira semana de agosto.
Está entusiasmada com a experiência, mas, admite, nem tudo foi fácil. "Ao princípio foi difícil porque mudei de país, cultura, língua e dinâmica familiar. Vivo sozinha com a minha irmã, no México, e aqui chegava a casa e estavam lá seis pessoas. Agora, está a correr melhor e até engordei um quilo, porque aqui come-se muito bem. Portugal tem o melhor pão doce do Mundo", elogia Maria, que vive com uma família de seis pessoas, pais e quatro filhos, e outra voluntária mexicana. Teve de deixar o seu emprego no México para se dedicar às jornadas e reconhece que, para se ser voluntário, tem de se viver "de uma forma modesta".
"Um voluntário paga as suas viagens de avião e a organização da JMJ dá-nos apoio, de 140 euros, para a alimentação e as deslocações. Por isso, ser voluntário implica desprenderes-te de muitas coisas. Não vamos ao centro comercial comprar roupa ou aos melhores restaurantes. Estar numa casa de família ajuda muito", explica.
Foi à polónia e ao Panamá
Lourenço Tourais, 23 anos, vive em Lisboa em casa dos pais, o que reconhece ser uma grande vantagem. "É muito mais fácil em termos de despesas".
O estudante de Engenharia Eletrotécnica vai às jornadas desde 2005. "Tinha seis anos quando fui à primeira, os meus pais levaram-me. Às jornadas da Polónia e do Panamá fui sozinho", recorda, entusiasmado. Voluntário desde janeiro, ajuda na área informática e na alocação dos voluntários às tarefas que vão desempenhar durante o evento. Sabe que são precisas mais mãos, mas acredita que vão aparecer. "Há sempre uma tendência para deixar as decisões para a última. Há muitos jovens que trabalham e ainda não sabem se têm disponibilidade nessa semana", considera.
Marina Bastos, 28 anos, veio em fevereiro, do Rio de Janeiro, Brasil, para participar pela terceira vez numa jornada. "Já fui voluntária paroquial na minha cidade, onde ajudei a acolher os peregrinos, e fui no Panamá, onde fazia traduções. Aqui, em Portugal, sou da equipa de design gráfico", conta.
A jovem brasileira lembra que, durante a adolescência, se foi afastando da Igreja Católica, mas nas jornadas voltou a aproximar-se. "Encontrei-me na fé católica, foi a minha experiência mais profunda com Deus. Vai muito além do encontro com o Papa. Percebi que tinha um lugar aqui".