A acusação revelou sexta-feira que a investigação ao grupo News Corp. por escutas telefónicas ilegais foi encerrada por falta de provas.
Corpo do artigo
Mais de quatro anos após as primeiras acusações de escutas telefónicas ilegais, o grupo de Rupert Murdoch viu as investigações serem encerradas, já que as provas foram consideradas insuficientes para obter uma condenação. Os representantes da acusação anunciaram sexta-feira o fim da investigação, o que implica que os jornais britânicos do magnata, como o "The Sun" ou o já extinto "News of the World" ficam livres de acusações.
A procuradora-geral do Ministério Público britânico, Alison Saunders, explicou à Associated Press que havia "provas insuficientes para garantir uma possibilidade realista de condenação". Segundo Saunders, os dez elementos do grupo Trinity Mirror (empresa rival de Murdoch) que estavam sob investigação - incluindo o antigo editor Piers Morgan -, também já não enfrentam acusações.
Morgan, que foi duas vezes interrogado pela polícia por ter, alegadamente, encoberto casos de espionagem ilegal quando era editor do jornal britânico "Daily Mirror", entre 1995 e 2004, reagiu à notícia através do Twitter. "Nunca coloquei escutas num telefone e nunca disse a ninguém para o fazer. Agora vou embebedar-me espetacularmente. Feliz Natal", escreveu.
As primeiras investigações remontam a 2011, quando vários funcionários do News of the World foram acusados de instalar dispositivos nos voicemails de celebridades e políticos, para posterior publicação. O magnata encerrou essa publicação, na altura com 168 anos. Foram detidas e interrogadas dezenas de jornalistas e funcionários públicos que teriam recebido subornos. Nove pessoas foram condenadas, incluindo o antigo editor do News of the World, Andy Coulson que esteve preso durante 18 meses. A acusação considerou que Coulson não tinha altas responsabilidades na empresa e não encontrou provas de que a hierarquia tivesse conhecimento das escutas.
Nas investigações da Scotland Yard e do Ministério Público, e nos tribunais, foram gastos nestes processos 50 milhões de libras (70 milhões de euros) pagos pelos contribuintes, segundo a imprensa britânica.