Jornalismo credível contra notícias falsas exige "ações urgentes" de apoio às redações
O presidente do Fórum Mundial de Editores exige "ações urgentes" de apoio às empresas de comunicação social para combater notícias falsas e evitar encerramento de redações em vários países.
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Warren Fernandez diz que com as quebras na publicidade de "30% e 80%, de acordo com uma investigação recente da Associação Mundial de Editores de Notícias", os média estão "entre as vítimas da unidade de cuidados intensivos, que lutam para respirar", ao lado de empresas de outros setores fortemente atingidos pela crise económica que deriva da pandemia.
No artigo de opinião, "solidário" com todas as redações do mundo, exige algumas medidas que podem servir como "antídoto" para desagravar a agonia do setor no imediato. Entre elas estão: permitir que os jornalistas realizem os seus trabalhos durante os bloqueios; incentivos fiscais ou empréstimos de curto prazo e subsídios salariais para ajudar as redações a pagar aos seus funcionários; incentivo fiscal para anunciantes e assinantes; intensificação da publicidade do Estado e obrigar as grandes plataformas tecnológicas a pagar contribuições "mais generosas".
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Para o presidente do Fórum Mundial de Editores, esta será uma poção que não está isenta de riscos, nomeadamente o de tornar as empresas mais dependentes do Estado. Risco que deve ser minimizado pela criação de "novos modelos de negócios" que garanta "que os média permanecem viáveis e sustentáveis a longo prazo".
Apontando alguns dos modelos que estão a ser experimentados, como o de redações que "optaram por ser entidades de confiança pública ou empresas sem fins lucrativos, com a missão de fornecer jornalismo de serviço público, como o Guardian, no Reino Unido", Fernandez afirma que é imperativo combater a desinformação que está a "minar a confiança do público num momento crucial".
"As pessoas e as comunidades precisarão de entender os desenvolvimentos que se desenrolam à sua volta, bem como descobrir o caminho a seguir. Para fazer isso, cidadãos e eleitores precisarão de empresas de notícias que considerem credíveis, nas quais possam confiar", conclui no artigo divulgado.