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Será que ao "New York Times" interessa defender as vítimas da pedofilia ou atacar o Papa, que tem declarado graves, inaceitáveis e criminosos os abusos de menores?
O jornal acusou Bernto XVI e o seu secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bretone, por terem ocultado o caso de um padre pedófilo, Lawrence Murphy, quando a arquidiocese de Milwaukee o denunciou à Congregação da Doutrina da Fé, então presidida pelo cardeal Ratzinger. O jornal cita a instrução "Crimen sollicitationis" de 1962, para afirmar que aquele padre foi livre de ser julgado pelas autoridades civis.
O padre Murphy foi acusado, em 1975, de abusos graves num colégio para menores surdos. O caso foi denunciado às autoridades civis, que, por prescrição do processo não o julgaram. A Igreja, porém, continuou a investigar o comportamento desse padre, impondo limites ao exercício do seu ministério sacerdotal. Em 1995, a arquidiocese de Milwaukee indicou esse caso à Congregação da Doutrina da Fé, por alegadas violações à disciplina da confissão. Nessa altura, o padre Murphy já estava muito doente e a a Santa Sé impôs-lhe novos limites às actividades sacerdotais, tendo o padre morrido quatro meses depois.
Tendo a Igreja ido mais longe do que as autoridades civis, o "New York Times" vem agora acusar Bento XVI, sem investigação bastante para repor a verdade dos factos e da responsabilidade do Papa.
S. Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, propunha que os boateiros, para reparar os seus males, deveriam depenar uma galinha, atirar as penas ao vento, para serem obrigados, como penitência dos seus erros, a recolhê-las todas, uma a uma.