
Reaparecimento do vírus justifica-se pela persistência nos fluidos corporais de alguns sobreviventes
Ahmed Jallanzo/EPA
Um adolescente morreu de Ébola na Libéria, no primeiro caso registado desde que em setembro foi oficialmente proclamado o fim da epidemia no país.
"O rapaz de 15 anos morreu ontem (segunda-feira)", declarou à agência de notícias francesa AFP o médico responsável da célula nacional de crise contra o Ébola, Francis Karteh. Dois elementos da família do rapaz, cujos exames foram positivos, estão ainda em observação no centro de tratamento ELWA 2, de Monróvia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou na semana passada que o adolescente apresentava sintomas da febre hemorrágica a 14 de novembro e tinha sido hospitalizado três dias depois, sublinhando que a doença tinha também sido diagnosticada a dois dos seus familiares.
Além disso, 150 contactos estão atualmente a ser acompanhados, indicou na segunda-feira a OMS, que atribui o reaparecimento do vírus, num país onde a epidemia oficialmente acabou, à sua persistência nos fluidos corporais de alguns sobreviventes.
A Libéria foi declarada livre da transmissão do vírus pela primeira vez em maio, antes do reaparecimento da epidemia, cerca de sete semanas mais tarde, e depois, novamente, a 3 de setembro.
Um país é declarado livre do contágio do ébola quando decorreram dois períodos de 21 dias - a duração máxima da incubação do vírus - sem novos casos desde o segundo teste negativo num paciente curado.
A epidemia de ébola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na África Central, em 1976, fez mais de 11300 mortos em 29 mil casos registados, um balanço ainda incompleto, segundo a OMS.
Noventa e nove por cento das vítimas concentram-se em em três países: a Guiné Conacri - de onde partiu a epidemia, em dezembro de 2013, e onde o último doente curado obteve resultado negativo nos exames a 16 de dezembro -, a Serra Leoa, onde o fim da epidemia foi declarado a 7 de novembro e a Libéria.
