Bebem que nem gente grande. O estudo sobre consumos e comportamentos aditivos dos jovens portugueses, entre os 13 e os 18 anos, revela que as bebidas destiladas, conhecidas como "brancas", superaram a cerveja e que são as mulheres quem mais contribuiu para esta nova realidade.
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Nos últimos 30 dias à data em que se realizou o inquérito, o "campeonato" das bebidas alcoólicas era ganho pelas bebidas como gin e vodka, correspondendo a 31% dos consumos, contra os 30% atribuído à cerveja e os 22% ao vinho, segundo o "Estudo sobre Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências - 2015", apresentado esta quinta-feira pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
A separação por sexo deixa claro que a cerveja é a preferida dos rapazes e as bebidas destiladas são mais do agrado das raparigas. 36% dos jovens bebeu cerveja e 30% bebidas destiladas. No universo feminino a ordem é outra: 25% para a cerveja e 32% para as bebidas de nível alcoólico mais elevado.
O primeiro contacto com o álcool começa aos 13 para 31% dos jovens. E aos 18 anos, poucos são os que nunca o experimentaram. 91% já o fez.
Outro dado que salta à vista nesta pesquisa, que irá integrar um estudo que inclui 40 países, é a tenra idade com que se começa a beber "shots" de enfiada, o que se designa tecnicamente por "binge drinking", correspondendo à ingestão de cinco ou mais doses de bebidas numa só ocasião. É que 4% dos miúdos com 13 anos admitiram ter feito a experiência nos últimos 30 dias. Aos 18 anos, foi uma realidade para 36%.
E há também mais raparigas a começar mais cedo este estilo de consumo intensivo de álcool. Aos 13 anos, 4% já o fizeram. Genericamente e considerando todos os alunos considerados entre os 13 e os 18 anos, continuam a ser os homens quem mais bebe segundo este método.
As conclusões apontam ainda que apanhar uma bebedeira parece acontecer bem antes da idade estabelecida por lei para poder adquirir álcool. A experiência da embriaguez foi relatada por 2% dos jovens com 13 anos e por mais de um quinto (22%) dos que alcançaram 18 anos. E isto no período mais curto de referência, ou seja, no último mês.
Ainda assim, o SICAD faz saber, tendo em conta os dados de 2011 - este estudo é realizado a cada quatro anos - que houve uma diminuição da embriaguez registada em todos os grupos etários, à exceção dos jovens com 18 anos em que estabilizou.
O estudo baseia-se em seis amostras, distribuídas por distritos, que procuraram cobrir a realidade nacional. Na totalidade, terão sido considerados cerca de 18 mil alunos e uma média 3000 alunos por cada grupo etário, dos 13 aos 18 anos.