Enunciado da prova de Matemática, feita na sexta-feira pelos alunos do 9.º ano, foi divulgado nas redes sociais quando não devia ser público. Júri Nacional de Exames enviou nota a avisar professores vigilante que têm de proibir acesso de alunos a telemóveis ou “smartwatchs”.
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Os alunos do 9.° ano fazem esta quarta-feira as provas de Português, integralmente em formato digital. Após a divulgação, nas redes sociais, do enunciado de Matemática, que não devia ser público, o Júri Nacional de Exames (JNE) enviou às escolas, ontem à noite, uma nota a recordar aos professores que estão sujeitos ao dever de sigilo e a pedir aos diretores que tomem as medidas, “que considerem necessárias”, para garantir o secretismo da avaliação.
O ministério da Educação prometeu um balanço das provas digitais do 9.º ano "nos dias seguintes à realização da prova de Português".
Os enunciados das provas do 9.° deixaram de ser públicos para continuarem a ser aplicados e permitirem a comparação dos resultados nos próximos anos. As escolas podem dividir os alunos em dois turnos, mas têm de assegurar que eles não se cruzam.
“A função de vigilante é crucial”, frisa o JNE na nota, sublinhando que compete aos docentes garantir que os alunos não usam “telemóveis, relógios com comunicação wireless (smartwatch), aparelhos de áudio ou vídeo ou outros dispositivos que permitam a comunicação à distância ou o registo fotográfico”.
Verificar auscultadores
Hoje, os vigilantes têm de recolher todas as folhas de rascunho e verificar “se os alunos têm os auscultadores corretamente ligados e se estão a fazer uso indevido” deles, já que as provas têm áudio. Cristina Mota, líder do movimento Missão Escola Pública, alerta que esta constante interrupção vai desconcentrar os alunos. Para a docente, “não estão reunidas as condições de equidade” e a tutela devia antes ter reforçado aos diretores que os alunos do primeiro turno só podem sair da escola depois dos outros já estarem nas salas.
Já para o presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima, a nota do JNE chega a ser ofensiva para professores e diretores. “Se houve uma fuga de informação, o ministério tem obrigação de averiguar o que se passou. As escolas cumpriram as regras”, afirma.
As pautas da primeira fase são afixadas a 15 de julho. As provas da segunda fase realizam-se a 18 e 22 de julho.