Ministério Público arquivou inquérito às infeções de 2020, no Norte do país. Falta de provas, demora a investigar e lacunas na lei ditaram as conclusões.
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A demora na investigação facilitou a limpeza de potenciais fontes de infeção. Faltaram colheitas e, fruto da pandemia, faltou pessoal no terreno. As conclusões são do Ministério Público. Três anos depois, o inquérito ao surto de legionela que, em outubro e novembro de 2020, atingiu Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim acabou arquivado. Dos 88 doentes, 15 morreram. Não há culpados. Porém, o advogado que representa a maioria das vítimas admite avançar com uma ação de responsabilidade civil contra o Estado, por omissão.
O primeiro caso foi diagnosticado a 29 de outubro, mas só 11 dias depois começaram as inspeções no terreno, quando o surto era já notícia há dois dias. Na Assembleia da República, o próprio presidente do Instituto Ricardo Jorge, Fernando Almeida, admitiu que o laboratório - responsável pelas análises - soube “pela Comunicação Social”.