«... Oh Mar salgado, tanto do teu sal são lágrimas de Portugal...», de Espanha e da Guarnição do Creoula... Nos últimos 23 dias, o NTM Creoula e a Universidade Itinerante do Mar (UIM), passaram por mais uma etapa, superada, de aventuras marítimas sobre o Oceano Atlântico.
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O trajeto, Ilhavo-Açores-Lisboa foi cumprido no geral e portanto a etapa foi dada por terminada. Mas, se os instruendos da UIM vão para casa, a guarnição do Creoula ainda tem mais tarefas neste ciclo de viagens 2012. Só terminarão o seu percurso deste ano no final de setembro e depois, bem, depois muitos dos elementos vão sair... Serão cerca de 60% as baixas na guarnição deste ano para uma possível UIM 2013.
A primeira, e de maior peso, é a do Comandante Cornélio (CFR M Silva) que sai já em setembro. Da restante guarnição, alguns têm de sair devido a regras de embarque, como por exemplo o caso do Cabo CRO Torres (comunicações) que sai devido à idade.
Entre fragatas e Shultz, este é já o seu ano de embarque, esteve num navio branco apenas estes dois últimos anos (no Creoula) e diz que a experiencia é totalmente diferente, «a convivencia com civis é diferente, para melhor, e, para além do serviço ser mais calmo e simples, podemos andar mais descontraídos em termos de uniforme ...».
Outro motivo para a saída, bastante forte, é a família. Para Cabos, Sargentos e Oficiais, depois da obrigatoriedade de embarque durante dois anos, é forte a possibilidade de conseguirem ficar em terra numa próxima missão e por três ou mais anos, e para
quem tem filhos pequenos, como o caso do 2TEN ST MEC Guimarães e o CAB TFH Silva, este regresso a terra é essencial.
Para Grumetes e Marinheiros o caso já é diferente. Devido à antiguidade e escalão, depois de dois anos de embarque cumpridos, é quase certo que sejam colocados de novo noutro navio.
Por isso, alguns dos elementos do Creoula vão pedir mais um ano de serviço neste navio, a sua casa e família nos últimos tempos, como o caso do 2MAR EM Machado, que vai fazer o segundo pedido (já está no Creoula há três anos).
No entanto, este segundo marinheiro tem a esperança de vir a ter dispensa de embarque durante cerca de seis semanas, que é o tempo do curso para se tornar primeiro marinheiro (designado curso CPM).
Entre diversas saídas, o certo e mais importante, é que fica sempre uma forte massa humana com espírito Creoula, orgulhosa por transmitir a mística do navio às futuras entradas na guarnição.
E desejosa também por transportar essa força, garra e alma de marinheiro a todos os instruendos que apareçam no futuro e que se mostrem merecedores de receber, sentir e conviver com este sentimento que é o de «Ser Creoula».