Lavar as mãos e ter cuidado com as sobras: as dicas da ASAE para uma alimentação segura
Para ter uma alimentação saudável deve variar os alimentos, e também saber como evitar o risco de contaminações e doenças. A campanha #EUChooseSafeFood, realizada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em parceria com a ASAE dá dicas para uma alimentação segura.
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A subinspetora-geral da ASAE, Filipa Melo de Vasconcelos, esclarece que “muitas vezes consideramos ter uma boa higiene alimentar, mas esquecemo-nos de algumas ações fulcrais para que os alimentos que consumimos não sejam contaminados por bactérias”. Aqui ficam algumas dicas.
Lave as mãos frequentemente
Para ajudar a reduzir a propagação de bactérias e a contaminação dos alimentos, é essencial lavar as mãos antes de os preparar. Lave as mãos minuciosamente com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos.
Separe alimentos crus e cozinhados
A carne, aves, frutos do mar ou peixe crus não devem entrar em contacto com os alimentos cozinhados ou prontos para consumo para evitar contaminação cruzada. Deve utilizar diferentes utensílios (ex.: facas, tábuas de cortar) para os manusear. A contaminação cruzada pode causar náuseas, vómitos, diarreia, febre, ou, em casos extremos, podem surgir infeções extra-intestinais em vário órgãos, como no fígado, que pode causar hepatite A.
Armazenamento adequado
A maioria dos produtos alimentares vem com instruções de armazenamento, mas, no caso da carne ou peixe comprados no talho, só vêm com a data de validade, que deve ser seguida rigorosamente e mantida no frigorífico até ser usada, pelo que lhes deve dar especial atenção. Para preservar os seus produtos durante mais tempo, o seu frigorífico deve estar abaixo dos 4ºC e o congelador abaixo de -18ºC, devendo organizar a comida por data de validade e fazer uma limpeza regular. Alimentos cuja data “consumir até” esteja ultrapassada devem ser descartados, mas quando o rótulo disser “data de durabilidade mínima” o produto pode ser consumido. No entanto deve estar atento ao cheiro e aspeto.
Cozinhe adequadamente
Certifique-se que todos os alimentos, especialmente lacticínios, carne, ovos e peixe, são cozinhados na totalidade. Caso seja possível é recomendado usar um termómetro de alimentos. No caso do frango os riscos incluem salmonela, que pode causar diarreia ou campylobacter. A última consegue crescer entre os 32 e 45ºC e pode levar a dores abdominais, febre, diarreia profusa com fezes aquosas ou mucosas e sanguinolentas e, em casos mais graves de evolução clínica, pode criar casos de artrite reativa ou síndrome Guillian-Barré – doença auto-imune caracterizada por debilidade muscular que, por vezes, conduz à paralisia.
Cuidado com as sobras
Ao guardar as sobras, arrefeça-as rapidamente e coloque-as no frigorífico dentro de duas horas após a sua confeção. Deve também deixar espaço à volta do recipiente para que o ar circule mais facilmente. Aqueça as sobras completamente antes de as consumir e descarte qualquer alimento que tenha ficado fora do frigorífico por mais de duas horas a temperaturas entre os 4º e 60ºC. Se possível coloque a data em que a comida foi cozinhada no recipiente onde a guarda e, antes de a consumir, tenha em atenção ao seu cheiro e aspeto.
Atenção à água
Certifique-se que a água usada para beber, cozinhar e lavar alimentos é potável. Se a água tiver um aspeto turvo ou acastanhado deve fervê-la antes de a usar.
Filipa Melo de Vasconcelos reforça que “é importante ter as regras básicas sempre em mente e aplicá-las nas rotinas do dia-a-dia, não descurando nunca a importância da higiene das mãos”.