Corpo do artigo
Por intervenção divina ou mera coincidência, dois homens do Norte, da mesma freguesia de Matosinhos, foram escolhidos com quase cinco décadas de diferença para comandar a diocese sadina, a 350 quilómetros da terra que os viu nascer. Precisamente 48 anos após a ordenação de D. Manuel Martins como primeiro bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar assume a mesma missão do conterrâneo, levando consigo o legado do "mestre de Leça do Balio" e a fé que nasceu e se moldou ali, quando se fez escuteiro, junto à margem do rio Leça.
“São singularidades que nos fazem pensar. Não nos devem deixar a pensar muito, mas tem piada vermos esses marcos temporais exatamente coincidentes. Se D. Manuel estivesse vivo, diria certamente que não haveria melhor escolha para a função”, acredita Ricardo Teixeira. Amigo e compadre de Américo, que escolheu para padrinho da filha mais velha numa cerimónia celebrada por D. Manuel Martins em 2007, o funcionário da Câmara Municipal de Matosinhos não tem dúvidas de que o primeiro bispo de Setúbal inspirou não só o seu sucessor, mas todos aqueles com quem se cruzou ao ser “um farol daquilo que se pode ser como homem e como pessoa”.