Frederico Martins Mendes foi um "mestre" no jornalismo, sem receio de bater-se pelas causas em que acreditava, sobretudo as "causas que envolviam a cidade e a região Norte".
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É assim que José Leite Pereira, antigo diretor do Jornal de Notícias, recorda um companheiro de trabalho, a quem teve o privilégio e a "felicidade" de suceder na liderança do JN.
"Frederico era uma pessoa muito cordial e passou pela vida, deixando marcas profundas no que fez e nas pessoas com quem trabalhou. O JN fica-lhe credor de muitos êxitos e, sobretudo, de uma orientação que levou o jornal a vendas que, à data, eram inimagináveis na Imprensa portuguesa".
Leite Pereira não esquece a preocupação de Frederico Martins Mendes, quando o jornal passou a ter um formato menor. Então, garantiu que a transição fosse serena, de modo a que o Jornal de Notícias não perdesse influência. Ao longo de mais de 50 anos de empenho no jornalismo, "Frederico foi um jornalista de causas que envolviam a cidade e o Norte", atenta o ex-diretor do JN, relembrando a luta pela defesa do Coliseu, no momento em que a IURD pretendia adquirir a sala de espetáculos e convertê-la num templo.
O trabalho de Frederico era visível, também, na originalidade dos títulos que colocava na primeira página do JN. "Ainda há dias na visita ao Museu do Futebol Clube do Porto, encontrei várias primeiras páginas do JN com títulos feitos pelo Frederico. Um deles foi da notícia da morte de Pedroto. Lia-se "Chora, futebol, chora que o mestre morreu". Acho que, hoje, os jornalistas também estão a chorar a morte de um mestre".
