Licença parental: Carina lutou até ao fim para deixar uma herança a todas as famílias
Carina Pereira morreu três anos antes de o Parlamento aprovar a lei que escreveu sobre o aumento da licença parental para os seis meses e paga a 100%, bandeira que ergueu em 2016 e que nunca mais abandonou, mas deixa um legado aos dois filhos e às gerações futuras.
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Há lutas que perduram para lá da vida. E convicções que não se esgotam no seu fim. Carina Pereira morreu três anos antes de o Parlamento aprovar o aumento da licença parental, bandeira que ergueu em 2016 e que nunca mais largou, mas deixa um legado aos dois filhos e às gerações futuras. Quem amparou o projeto e continuou a caminhada da portuense pede que a lei tenha o nome da mãe de “convicções” que foi “contra o sistema”.
Quando a iniciativa legislativa de cidadãos que propunha o alargamento da licença parental até aos seis meses pagos a 100% passou na Assembleia da República, a comoção irrompeu em Beatriz Vasconcelos que “desatou a chorar em casa” enquanto assistia à votação. “A seguir foi o sentimento de missão cumprida: conseguimos honrar a memória da Carina. Como eu disse, a lei devia mesmo ser apelidada ‘Lei Carina’ em memória dela e da luta que travou, muitas vezes sozinha e desamparada. É muito difícil ir contra o sistema e foi isso que ela fez”, afirma a melhor amiga, que foi a ponte entre todos os envolvidos no projeto da sua madrinha de casamento.