Associação Business Roundtable Portugal lançou um manifesto com medidas para serem discutidas até às eleições legislativas de maio. Subscritores acreditam que Portugal "pode ser um dos países mais ricos da Europa" em dez anos.
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A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) apresenta, nesta sexta-feira, um manifesto com propostas concretas que visam as eleições legislativas de 18 de maio. A organização, composta por 43 líderes de empresas e grupos empresariais, identifica três áreas primordiais para "transformar Portugal" e aponta a redução da carga fiscal sobre os salários, o alargamento da isenção de IRS e a implementação de uma taxa única de IRC como prioridades. O objetivo é que sejam discutidas antes e durante a campanha eleitoral.
Entre os subscritores do Manifesto BRP 2025 estão os líderes das principais empresas do país. É o caso de Cláudia Azevedo, CEO da Sonae SGPS, Humberto Pedrosa, da Barraqueiro, João Oliveira e Costa, do BPI, Paula Amorim, da Galp, ou Rui Miguel Nabeiro, da Delta Cafés.
À cabeça das medidas, os empresários notam a necessidade de reduzir o "garrote fiscal" sobre as pessoas e as empresas, passando "dos atuais 42,3% para os níveis anteriores à troika de 37,6%". No mesmo sentido, os líderes querem quebrar a "armadilha de pobreza provocada pelos baixos salários" e, propõem, para isso, o alargamento da isenção de IRS até 1,5 vezes o salário médio e a redução do número de escalões para seis. Outras das medidas passa pela aplicação de uma taxa única do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) para incentivar o crescimento das empresas.
A criação de riqueza e a diminuição dos custos de contexto é outro dos eixos identificados. "Na burocracia, é preciso alargar e aprofundar o bom exemplo da restauração e do turismo ao resto da economia", lê-se no manifesto. Quanto à Justiça, é pedida uma melhoria do "contencioso administrativo e fiscal, copiando a evolução da justiça cível e comercial". Já no investimento, deve "incentivar-se o acréscimo do capital investido".
Aprofundar o mercado único e liderar a descarbonização
Por fim, o Manifesto BRP 2025 também vinca a importância de "aprofundar o Mercado Único através de uma política de concorrência europeia que estimule a afirmação de campeões europeus". Ao mesmo tempo, falam da necessidade de reduzir a burocracia, através da transposição das "diretivas comunitárias sem mais complexidade e sem um maior nível de exigência". E é ainda sugerido um ajuste dos objetivos de neutralidade carbónico, assegurando a "reindustrialização da Europa" e garantindo que a "União Europeia lidera a descarbonização com parceiros credíveis e comprometidos".
Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral do BRP, aponta que "estas são as três áreas que acreditamos que fazem a diferença para destravar o crescimento de Portugal e que gostaríamos que fossem discutidas por todos neste momento em que vamos escolher a próxima Assembleia da República e o próximo Governo". "Em apenas dez anos podemos aspirar ser um dos países mais ricos da Europa", defendeu.