O Fórum Económico Internacional (FEI) juntou, esta quinta-feira, no CCB, embaixadores, empresários, governantes de vários países e uma eurodeputada para discutir o futuro da Europa e da lusofonia, assim como uma estratégia que coloque a tecnologia ao serviço do desenvolvimento sustentável. Filipe Anacoreta Correia, a quem coube a abertura do evento, quer colocar Lisboa "não como o canto da Europa, mas como a abertura da Europa para todos os mundos", disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
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Com o tema "Depois do covid-19 e a situação trágica na Ucrânia: que retoma económica?", o evento, FEI, juntou embaixadores do Brasil, Macau, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e outros embaixadores de países da lusofonia para debater uma estratégia comum aos desafios do futuro - extensíveis ao mundo e a países da francofonia.
É importante "pensarmos o mundo" num tempo marcado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, disse Filipe Anacoreta. E são as cidades, poder maior junto das pessoas, o garante da proteção aos cidadãos nos desafios do dia a dia, desde o "problema à porta de casa ao buraco na rua", acrescentou.
O vice-presidente da CML saudou a escolha do local para receber o evento e reforçou que quer promover Lisboa como uma porta de "abertura para Europa".
Língua portuguesa: um espelho de nações
Isabelle de Oliveira, presidente do Instituto Mundo Lusófono, entidade promotora do evento, saudou a língua portuguesa como o "espelho de uma nação". Com a lusofonia no centro do seu discurso, Isabelle lembrou que "as crises são muitas vezes janelas de oportunidade singulares" para fazer diferente", disse.
Pela voz da responsável que tornou o evento possível - como foi lembrado ao longo de várias intervenções do encontro -, o evento procurou ser "um espaço privilegiado de diálogo e partilha de ideias", assente na solidariedade, para enfrentar novos desafios e "criar projetos nobres a partir da sociedade civil", afirmou.
Uma nova forma de cooperação
Os painéis da manhã reuniram eurodeputados, filósofos e outras personalidades para se debruçarem sobre o desenvolvimento sustentável e os grandes desafios que o desenvolvimento planeado encontrará no futuro.
Maria de Belém, antiga ministra da Saúde e para a Igualdade, sublinhou a importância e necessidade dos países da lusofonia definirem uma estratégia comum. "O mal dos outros é o nosso mal também" e é importante instaurar entre os países falantes de língua portuguesa uma "cooperação esclarecida, não é a cooperação do antigamente". E isso exige objetivos muito esclarecidos, afirmou.
"É importante ter uma linguagem comum para enfrentar os desafios que já se colocam - e que já se colocaram - com a pandemia", disse: "Ou trabalhamos todos em conjunto ou não conseguiremos ter um futuro", afirmou ao JN Maria de Belém.
Só trabalhando em conjunto, e tendo a responsabilidade como valor maior e motor das ações, os países da lusofonia conseguem delegar "às gerações futuras o planeta que elas têm direito a ter". Para esse fim, os países da lusofonia devem ser uma "voz audível na cena internacional aos serviços desses objetivos", avisou.