“Neste momento, quem ainda acredita na NATO?”. A questão partiu esta quarta-feira de Rui Tavares num debate com Paulo Raimundo, líder do PCP, que defende o fim deste bloco político-militar e não quer uma Europa "armada até aos dentes".
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“Quando Trump diz o que diz acerca de não aplicar o artigo 5.º e de não vir em socorro dos aliados, o caminho é muito claro: construir uma comunidade europeia da defesa que possa defender a Europa e substituir-se à NATO se necessário”, defendeu o porta-voz do Livre, Rui Tavares.
Na SIC Notícias, disse que “a NATO pode ter feito sentido num determinado contexto político, como Paulo Raimundo achará que o Pacto de Varsóvia fez sentido num determinado contexto”. Mas nota que a Constituição aponta para o fim destes blocos político-militares.
Contra regime de Putin
Paulo Raimundo disse “não acompanhar a ideia de que a Europa tem de se armar até aos dentes”, sendo uma “ilusão” pensar que o inimigo não o fará. Concordou que “Portugal precisa de valorizar as suas Forças Armadas”, com mais material e efetivos, mas “não precisamos de gastar mais numa corrida que não é para a paz, é para a guerra”.
Disse ainda não entender "a veemência" com que Rui Tavares falou do presidente da Rússia, garantindo "estar plenamente de acordo" com o Livre porque o PCP “combate o regime de Putin”.
Já Rui Tavares disse que, “para ser livre, a Europa tem de ser unida, mas isso não significa necessariamente gastar mais em armas”. E “é uma falácia achar que a Europa gasta pouco”, afirmou.
O candidato do Livre referiu ainda que, “em tempo de paz, a Europa tinha uma capacidade militar similar à Rússia e à China”. Como exemplo, considerou que “não faz sentido comprar F-35 aos EUA quando Trump declara claramente que a Europa é sua adversária".