Livro sobre Sá Carneiro junta Montenegro, Cavaco, Passos, Mendes e e Cotrim no Parlamento

Foto: Manuel de Almeida/Lusa
A apresentação de um livro reuniu, esta quinta-feira, na Sala do Senado, no parlamento, o primeiro-ministro, o antigo presidente da República Cavaco Silva, o antigo chefe do Governo Passos Coelho e os candidatos a Belém Marques Mendes e Cotrim Figueiredo.
Luís Montenegro e Aníbal Cavaco Silva chegaram juntos, com o presidente da Assembleia da República, à apresentação da reedição livro "Francisco Sá Carneiro: Solidão e Poder" de Maria João Avillez.
Na Sala do Senado, já estava o candidato presidencial apoiado por PSD e CDS-PP Luís Marques Mendes, que ambos fizeram questão de cumprimentar.
Na bancada ao lado estava Pedro Passos Coelho, sem que tenha havido qualquer cumprimento visível à chegada ao antigo primeiro-ministro por parte do atual chefe do Governo.

Pouco depois, José Pedro Aguiar-Branco - sentado entre Montenegro e Cavaco - levantou-se do seu lugar para ir dar um "passou-bem" ao antigo líder do PSD, de quem foi ministro, tal como já tinha feito antes Marques Mendes.
No final da apresentação, Passos Coelho foi dos primeiros a sair, não sem antes ir cumprimentar Cavaco Silva e Luís Montenegro, sentados duas bancadas ao lado, todos na primeira fila da Sala do Senado, tal como Marques Mendes.
Na apresentação do livro, marcou também presença o candidato a presidente da República apoiado pela IL João Cotrim de Figueiredo, que conversou brevemente com Passos Coelho, e cumprimentou à entrada o seu adversário Marques Mendes.

A ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite, a líder da IL Mariana Leitão, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carlos Moedas, o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, o antigo deputado do CDS-PP Diogo Feio foram outros dos presentes.
Um dos apresentadores do livro, o antigo militante do PSD e atual mandatário da candidatura de Cotrim, José Miguel Júdice, defendeu que todos são um pouco "filhos" de Francisco Sá Carneiro, um dos fundadores do então PPD.
"Cada um tem direito à sua interpretação e ninguém pode aspirar a fazer disso um morgadio. Isto é excelente. O que não é excelente é que alguém quisesse ser uma espécie de intérprete oficial como uma espécie de Maomé deste Alá", afirmou.
Júdice deixou, em seguida, o seu próprio entendimento sobre o legado do pensamento político do antigo primeiro-ministro: "É essencial criar as condições para uma real bipolarização entre o partido mais moderado à direita e o partido mais moderado à esquerda".
Antes, outra das apresentadoras do livro, Teresa Nogueira Pinto, apresentada como ministra-sombra do Chega para a área da Cultura, considerou que Sá Carneiro "jogava na ambiguidade" ao nível do seu posicionamento político.
"Aquilo que me parece é que a ambiguidade é possível numa liderança forte, carismática e popular, que nós percebemos que é o caso de Francisco Sá Carneiro. Talvez, sem isso, a ambiguidade seja só uma fraqueza", considerou.
Maria João Avillez disse não querer entrar "no carrossel" do que foi a definição ideológica do fundador do PSD, considerando que ele era "maior do que uma definida pertença politica".
A reedição do livro, publicado há 44 anos, conta com posfácios de vários primeiros-ministros do PSD, como o atual, mas também anteriores como Pedro Passos Coelho, José Manuel Durão Barroso ou Aníbal Cavaco Silva.
