Mais de uma centena de pessoas esperaram mais de três horas na fila do posto de testagem do Cais do Sodré, esta manhã, em Lisboa, para realizarem testes à covid-19. Alguns tinham estado em contacto com pessoas infetadas e outros realizaram teste apenas por "descargo de consciência" após as festividades de Natal e fim de ano.
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Ana Oliveira, 34 anos, foi obrigada pela empresa onde trabalha a realizar teste à covid-19 depois de vinte pessoas testarem positivo. Os 11 postos móveis de testagem à covid-19 em Lisboa reabriram esta segunda-feira, depois de dois dias encerrados.
"Preferia ter feito ontem para hoje já ir trabalhar de manhã, mas os postos de testagem estavam fechados. Estou à espera há duas horas e meia e acho que ainda vai demorar", lamentava Ana Oliveira, ao final desta manhã de segunda-feira, depois de sentir dificuldade em marcar teste nas farmácias. "As farmácias estão sem horários disponíveis. Além disso as farmácias estão a fazer testes rápidos e eu prefiro fazer teste PCR, é mais fiável".
Eduardo Santos, 43 anos, queixava-se do mesmo. Decidiu fazer teste porque uma colega da enteada testou positivo à covid-19. "Vamos todos fazer agora, eu a minha mulher, a minha enteada e o namorado dela. Tentamos fazer ontem, mas não conseguimos, porque as farmácias onde fomos já não tinham testes. Devia ser mais rápido porque é muito tempo sem sabermos se temos covid ou não", criticou.
Eduardo ligou para a linha SNS24 da qual lhe terão dito, segundo ele, "que podia andar na rua com as devidas precauções". "Acho que fazia mais sentido fazer marcação de teste por telefone e só sair de casa para o fazer com uma hora marcada. Estamos aqui há quase três horas na fila sem distanciamento uns dos outros, não faz sentido", queixava-se o morador em Loures.
Débora Fernandes, 23 anos, passou a passagem de ano em Paris e decidiu fazer teste por "descargo de consciência". "Vou agora para a faculdade e também tenho a minha família em casa. Em Paris havia muitos turistas", conta a estudante que veio de Almada de propósito. "Em Almada não há postos de testagem como este, só mesmo nas farmácias".
Júlia Freire, 27 anos, passou a passagem de ano sozinha, mas vai viajar daqui a uma semana. "Tenho de fazer sempre. Acho que deviam haver mais postos abertos porque acabamos por ficar muito tempo na fila. No Natal esperei seis horas no posto de testagem do Campo Pequeno e no final nem fiz teste porque fecharam", recorda.