O primeiro-ministro disse, esta quinta-feira, em Bruxelas, estar de "consciência tranquila" relativamente à denúncia anónima que chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a empresa familiar Spinumviva.
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O chefe de Governo participou na cimeira da União Europeia, em Bruxelas, onde foi discutido o reforço da defesa da Europa. Sobre a situação política nacional, Montenegro disse ter a "certeza absoluta" de que não cometeu "nenhuma ilegalidade". Caso a denúncia anónima sobre as ligações de Montenegro à empresa familiar Spinumviva - agora detida apenas pelos dois filhos - dê origem a um inquérito da PGR, o primeiro-ministro disse aos jornalistas estar de "consciência tranquila". O Governo apresentou uma moção de confiança, que será debatida e votada na próxima terça-feira. Com os votos contra do Chega e do PS, o Executivo terá demissão imediata e haverá eleições legislativas antecipadas no país.
Montenegro foi visto a falar, esta quinta-feira, com o presidente do Conselho Europeu em Bruxelas, António Costa. Os chefes de Governo dos países da União Europeia estiveram reunidos em Bruxelas para debater a política de defesa europeia. Questionado sobre se António Costa lhe deu conselhos sobre como obter a maioria absoluta após a demissão de um Governo, o primeiro-ministro esboçou um sorriso e referiu que o seu desejo, "nesta fase, é submeter uma moção de confiança" e dar ao Parlamento a "última oportunidade" para clarificar a situação política. Caso contrário, "terá de ser o povo português a resolver esse impasse".
Os portugueses, referiu, "têm por larga maioria uma satisfação com o caminho de transformação que o Governo encetou nos últimos 11 meses".
Luís Montenegro disse que o "Governo está a fazer o que lhe compete" e referiu que se a Oposição tiver uma "solução governativa alternativa" terá de a apresentar. Na última quarta-feira, uma moção de censura apresentada pelo PCP foi chumbada. No debate da proposta dos comunistas, o primeiro-ministro anunciou a apresentação de uma moção de confiança. A iniciativa do Governo já deu entrada no Parlamento e o debate está agendado para terça-feira, às 15 horas. Se se confirmar a demissão do Executivo da Aliança Democrática, o presidente da República antevê que as eleições legislativas antecipadas aconteçam entre 11 e 18 de maio.