O Governo da República fez a vontade ao Governo Regional da Madeira e, tal como tinha sido acordado com os Açores, decidiu fixar um teto máximo para as viagens aéreas dos madeirenses com o Continente.
Corpo do artigo
Assim, em vez da comparticipação de 60 euros que vigorava até agora, os residentes e doentes vão passar a ter um custo máximo de 86 euros pelas viagens aéreas, que baixa para 65 euros no caso dos estudantes, o que deverá estar a funcionar até ao fim da legislatura.
Esta decisão foi anunciada, esta segunda-feira, após uma reunião de trabalho de cerca de duas horas entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o novo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, na Quinta Vigia.
Na mesma ocasião, foi anunciado que será lançado um concurso público internacional para que seja retomada a ligação marítima de passageiros e carga entre a Madeira e o Continente, que tinha sido suspensa, e que é uma das pretensões do novo Governo e dos madeirenses. Miguel Albuquerque disse que, à semelhança do transporte aéreo, haverá também um apoio aos passageiros madeirenses que usem o ferry, mas não quantificou.
Outra das novidades foi que a Madeira vai receber, ainda este ano, 43 milhões de euros do Fundo de Coesão Regional para abater dívida, uma alteração que se deve ao facto de a receita gerada pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Madeira ter deixado de contar para o PIB regional, o que antes inviabilizava o recurso ao fundo.
Confrontado pelos jornalistas com o facto de esta ser a sua primeira visita de Estado à Madeira - quase no fim dos quatro anos de mandato e só depois de Alberto João Jardim ter saído do poder - Passos Coelho desvalorizou esse facto e lembrou que já esteve várias vezes na região e recebeu várias vezes o ex-chefe do Governo em São Bento.
Negando que houvesse qualquer "mau relacionamento" entre os dois Governos, Passos Coelho não escondeu que tem uma relação de amizade com Miguel Albuquerque, de quem recebeu de prenda uma garrafa de vinho da Madeira com o seu ano de nascimento (1964), mas negou que isso venha a ser um fator de favorecimento da Região. "Como primeiro-ministro não discrimino nenhuma região. Tenho uma relação impecável como Governo Regional da Madeira, como tenho com o Governo Regional dos Açores", disse.