Um total de 393 especialistas em Medicina Geral e Familiar candidataram-se e foram admitidos ao concurso para colocação de médicos de família nos centros de saúde. Há quase 1,7 milhões de utentes a descoberto.
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Pela primeira vez, o Ministério da Saúde abriu todas as vagas existentes nos centros de saúde, num total de 978, na expectativa de atrair os médicos que terminaram a formação especializada nesta época e anteriores, bem como todos os que pretendam regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Conseguiu atrair 395 interessados, mas dois foram excluídos por não cumprirem os requisitos, o que dá um total de 393 candidatos admitidos, conforme o aviso publicado em Diário da República, na última terça-feira.
São mais 63 candidatos do que os recém-especialistas formados na primeira época deste ano (330, segundo a Administração Central do Sistema da Saúde) e mais 14 do que aqueles que se candidataram na mesma época do ano passado. Mas não significa que todos assinem contrato e fiquem a trabalhar no SNS.
Os candidatos admitidos são ordenados num lista pela classificação final que obtiveram. E quem tem melhores notas tem prioridade na escolha das vagas. Neste processo de escolhas, há sempre vários candidatos que desistem por não conseguirem vaga na zona que pretendem.
Utentes sem médico aumentaram 29% num ano
À medida que os meses passam, cresce o número de utentes sem médico de família. Num ano, o aumento foi de 29%, ascendendo atualmente a 1,7 milhões, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Lusa. .
Segundo o portal da transparência do SNS, em abril de 2022 um total de 1.299.016 milhões utentes não tinham médico de família atribuído, número que aumentou para 1.678.226 um ano depois.
275 vagas com incentivos e 20 com mobilidade
Refira-se que neste concurso 275 das vagas abertas foram classificadas como carenciadas, ou seja, os médicos que as ocuparem terão direito a incentivos remuneratórios - acréscimo de 40% sobre o salário base durante seis anos e compensação das despesas de deslocação e transporte - e incentivos não pecuniários, tais como mais dias de férias, tempo para investigação e garantia de transferência escolar para filhos e de condições especiais de mobilidade para cônjuges.
O concurso deste ano conta também com 20 vagas com acesso a mobilidade, dando a médicos de família colocados na região de Lisboa e Vale do Tejo a oportunidade de regressar ao Norte dois anos depois.
O aviso publicado em Diário da República inclui também a lista de candidatos admitidos e excluídos do concurso para colocar especialistas em Saúde Pública. Há 20 candidatos admitidos para 29 vagas abertas.