Na contagem de espingardas para a corrida à liderança do PS, Pedro Nuno Santos conta com o apoio da maioria dos líderes das federações - 16 em 21 - e também de Manuel Alegre. Berta Nunes, de Bragança, é a única, para já, ao lado de José Luís Carneiro. "É o melhor antídoto para combater o radicalismo da Direita", diz.
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A balança parece, para já, bem inclinada para um dos candidatos mas isso não demove Berta Nunes: "vai haver eleições com todos os militantes a votar, não só os dirigentes", frisa, em declarações ao JN.
Pedro Nuno Santos conta, para já, ao seu lado com 16 dos 21 líderes das federações distritais: Aveiro, Beja (Baixo Alentejo), Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa Portalegre, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
As federações de Setúbal, liderada pelo secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, e do Oeste, por Brian Silva, mantêm-se, neste momento, neutras. Vasco Cordeiro, presidente da federação regional dos Açores, também deve optar pela neutralidade.
Na Madeira, a estrutura vai a votos a 2 de dezembro, depois do desaire eleitoral nas eleições regionais. Paulo Cafôfo, que volta a candidatar-se à liderança da federação, já declarou apoio a José Luís Carneiro, mas o vice da bancada socialista, Carlos Pereira, está com Pedro Nuno Santos.
"Não podemos ceder à tentação de responder à radicalização da Direita com alguma radicalização no PS", defende Berta Nunes. A presidente da federação de Bragança refere ao JN que Pedro Nuno Santos até sublinhou na sua apresentação que irá fazer um "esforço de moderação" mas "essa é a marca de José Luís Carneiro", sublinha. O ministro da Administração Interna, considera, "é o que o país precisa: alguém em quem confiar e que defende o interesse público em primeiro lugar. Vai trabalhar com a Esquerda, certamente, e com o PSD se for caso disso".
Já o presidente da federação de Viana do Castelo, Vítor Paulo Pereira, "apoia, convictamente e a título individual", Pedro Nuno Santos. Os dirigentes das três distritais do Alentejo também já manifestaram apoio ao ex-ministro por considerarem ser "o candidato mais forte" com capacidade para avançar com reformas.
O histórico socialista Manuel Alegre revelou ao jornal Expresso que vai estar ao lado de Pedro Nuno Santos na candidatura à liderança do PS, estando em conversações com a candidatra para acertar o momento em que aparecerá ao seu lado na campanha interna.
Carneiro desvaloriza número de apoiantes
A sede do PS, no Largo do Rato, encheu para a apresentação da candidatura de Pedro Nuno Santos. Além dos líderes das distritais, o ex-ministro teve a seu lado, por exemplo, Francisco Assis, Ana Gomes, Eduardo Cabrita, o ministro da Educação, João Costa, a presidente da Associação Nacional de Municípios, Luísa Salgueiro ou dezenas de deputados, como Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira ou Alexandra Leitão que vai coordenar a moção ao congresso.
José Luís Carneiro desvalorizou as manifestações de apoio a Pedro Nuno Santos.
“Quando nós sentimos termos razão nas nossas opções, poderemos até estar sozinhos na defesa dessas opções, porque não é pelo número de apoios que se tem que se valida a razão de uma causa, razão de um ideal de sociedade e do país”, disse à Lusa à margem de uma cerimónia. Além de Berta Nunes, o ministro da Administração Interna conta com o apoio de Jorge Lacão, Jamila Madeira, Capoulas Santos, o eurodeputado Carlos Zorrinho e António Lacerda Sales.
As eleições diretas do PS estão agendadas para 15 e 16 de dezembro e o congresso para 6 e 7 de janeiro.