A maioria das universidades vai abrir, no próximo concurso nacional de acesso ao Superior, um contingente prioritário para estudantes beneficiários do escalão A da ação social escolar, alocando 2% de vagas para estes alunos, avançou, ontem, o Conselho de Reitores (CRUP).
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Em comunicado, aplaudem o despacho de vagas, que abre várias exceções para abrir mais lugares, mas deixam um reparo à tutela: "Falta, agora, levar o ensino superior aos territórios onde vivem mais jovens - as periferias das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa".
Citado no referido comunicado, o presidente do CRUP destaca, desde logo, o facto de com o despacho entrarem "nas universidades alunos de famílias carenciadas". Documento esse que, vinca António de Sousa Pereira, "continua a proteger as instituições no interior", ao mesmo tempo que permite abrir mais vagas "nas áreas em que o país mais precisa" - Saúde, TIC, Educação Básica, mas também nos cursos com elevada concentração de bons alunos e nos maiores de 23 anos.
Resta, diz o também reitor da Universidade do Porto, "enfrentar aquele que é, neste momento, o principal problema em Portugal de acesso" ao Superior, "a periferia das áreas metropolitanas, onde é óbvia a falta de ensino superior público".
Socorrendo-se de um estudo do Edulog, da Fundação Belmiro de Azevedo, o presidente do CRUP alerta que "é na sub-região do Tâmega-Sousa, Alto Tâmega, Oeste e Médio Tejo que há uma maior carência de oferta".
Recorde-se que a tutela anunciou, recentemente, a criação daquele contingente prioritário, que avançará no ano letivo 2023/2024 em projeto-piloto com as universidades e institutos politécnicos aderentes. No ano seguinte, o objetivo é ter mais instituições a voluntariarem-se, altura em que será feita uma avaliação daquela via de acesso. Este contingente será monitorizado através de um projeto financiado pela Comissão Europeia. Mediante essa avaliação, será generalizado a todo o concurso nacional de acesso em 2025.