Maioria dos idosos denuncia mais a violência psicológica do que a física
Um novo estudo, divulgado esta quinta-feira, alerta para a subnotificação de agressões a mais velhos. Há duas casas-abrigo em Portugal.
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A denúncia de casos de violência doméstica contra adultos mais velhos, acima dos 65 anos, está subnotificada, alerta um novo estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Durante dez anos, as queixas que chegaram à GNR, no distrito do Porto, mostram que as agressões contra idosos mais comunicadas às autoridades foram de violência emocional e psicológica (78%). Esta será a ponta do icebergue, uma vez que as avaliações médico-legais apontam, por outro lado, uma preponderância de casos de negligência e de violência física.
"Não deixa de ser estranho. Houve mais gente a reportar casos de violência psicológica do que física às autoridades. Mas pode haver justificações: a maioria dos queixosos tinha entre 65 e 70 anos, reformaram-se recentemente e estão a viver com familiares. São pessoas autónomas e com plena consciência dos seus direitos", explica a professora da FMUP Sofia Frazão. A especialista do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses atenta que os alegados agressores, registados nas denúncias, são sobretudo filhos, noras e genros.