Mais de metade (56,3%) dos jovens inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional são mulheres com com baixas qualificações ou com o Ensino Superior em áreas de baixa empregabilidade, revela estudo coordenado pelo ISCTE para o Observatório do Emprego Jovem.
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De acordo com o estudo “Jovens à procura de emprego inscritos no IEFP”, divulgado esta segunda-feira pelo Observatório do Emprego Jovem (OEJ), 36,1% dos jovens que estavam desempregados há um ano tinham até ao 9.º ano de escolaridade - um baixo nível incapaz de competir no mercado de trabalho. Entre as recomendações do estudo destaca-se a aprovação de políticas ativas de emprego que atraiam estes jovens para programas de formação profissional ou a criação de oportunidades de formação em contexto real, com apoios financeiros para as empresas.
Imigrantes conseguem trabalho em menos tempo
O estudo analisou os jovens entre os 16 e 29 anos inscritos nos centros de emprego do IEFP entre março e junho de 2023. Durante este período, registaram-se 140 mil jovens. No final de junho eram 98 mil.
Além das mulheres, outro grupo vulnerável é o de jovens com Ensino Superior, especialmente em cursos de Ciências Sociais, Comércio e Direito. Para este grupo, o estudo recomenda programas de "reskilling" com o envolvimento de universidades e politécnicos.
Já os imigrantes demoram menos tempo a encontrar trabalho, revela o estudo: cinco meses, em média, enquanto os nacionais demoram 11 meses. A diferença é ainda maior na procura pelo primeiro emprego: os imigrantes conseguem uma vaga em cerca de 4,5 meses, os nacionais em mais de 15,5 meses. Os investigadores apontam como azão o facto de aceitarem trabalhos em setores menos atrativos.