No ano passado, 11 500 doentes foram internados em casa, mais 14,6% do que no ano anterior, no âmbito do programa de Hospitalização Domiciliária do SNS.
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Em 12 meses, o programa evitou mais de 107 mil dias de internamento nos hospitais, aliviando a pressão das unidades, assegurando cuidados com qualidade e segurança para o doente. A cereja no topo do bolo é a poupança: o programa teve custos diretos de cerca de 18 milhões de euros “sensivelmente metade” dos encargos com o internamento destes doentes nos hospitais.
O balanço do programa revela vários recordes. A começar pelos 28 103 doentes avaliados para hospitalização domiciliária, mais 9,6% do que no ano anterior. A capacidade média instalada em casa dos doentes também cresceu 2,5%, para um total de 366 camas.
Muitos dos doentes internados em casa não chegam sequer a ocupar uma cama de enfermaria num hospital. Em 2024, quase 2700 foram “recrutados” na urgência (mais 13,2%) e mais de mil na consulta externa (20,4%).
Faltam duas ULS
“As admissões diretas, sem passar pelo hospital, com referência dos cuidados primários e do hospital de dia aumentaram 48,1% e 20,3%, respetivamente”, revelam os dados do programa.
Num total de 39 unidades locais de saúde (ULS), 37 já internam doentes em casa (faltam os hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira). No total, há 41 unidades de hospitalização domiciliária no país, já que duas ULS integram dois hospitais.
Segundo o coordenador do Programa Nacional de Hospitalização Domiciliária, Delfim Rodrigues, este ano deverão surgir os primeiros centros de responsabilidade integrados (CRI) de Hospitalização Domiciliária, estruturas de gestão que permitem aos profissionais serem pagos pelo desempenho, podendo maximizar até 50% o seu vencimento.
A portaria que permite a criação destes CRI foi publicada em dezembro, pelo que “agora só depende das equipas e dos conselhos de administração dos hospitais”, sendo expectável “uma grande adesão”.
Na avaliação, Delfim Rodrigues realça que este “é o único programa do SNS que de forma constante consolida níveis de oferta cada vez superiores de atividade, aliviando num período particularmente difícil, a atividade interna dos hospitais”.