O Governo celebra, esta quinta-feira, contratos com entidades de transporte para a aquisição de autocarros elétricos, no âmbito da estratégia para a descarbonização dos transportes públicos. Graças a um aumento da dotação do aviso do Fundo Ambiental, há mais 389 veículos a juntar aos 413 anunciados em 2024.
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Ao todo, o investimento, suportado com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, atinge os 210,89 milhões de euros. De acordo com dados enviados ao JN pelo Ministério do Ambiente e Energia, os novos contratos a celebrar esta quinta-feira resultam de um aumento de dotação do aviso, que permitiu somar mais 137 milhões de euros aos 90 milhões de que dispunha inicialmente. Ou seja, um aumento de verba para apoiar candidaturas que foram apresentadas desde o início e eram elegíveis, mas não foram aprovadas por falta de verba.
Tal como o JN noticiou então, vários autarcas do interior contestaram que a verba inicial tivesse sido gasta para apoiar a compra de 413 autocarros referentes a apenas 11 projetos (de um total de 112 candidaturas), maioritariamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Com este reforço, são contemplados os projetos de mais 74 empresas de transportes, comunidades intermunicipais e autarquias, que vão assim poder comprar 389 autocarros elétricos. Para isso gastarão 120,89 milhões de euros. O valor em falta, para perfazer os 137 milhões de euros do aumento da dotação, corresponde a candidaturas que continuam a ser avaliadas.
Coesão territorial e social
As maiores verbas vão para a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, que terá 10,9 milhões de euros para adquirir 44 veículos, e para a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, que recebe 9,5 milhões para comprar 38 veículos. Seguem-se a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela com 11,6 milhões (31 autocarros), a Translagos – transportes públicos com 5,3 milhões (18) e a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo com 4,9 milhões (16).
A Eva – Transportes (Faro) recebe 3,4 milhões para 13 viaturas, a ETUG – Empresa Transportes Urbanos da Guarda terá 5,3 milhões (11 autocarros) e a Cascais Próxima 3,3 milhões (11). Na lista das entidades com valores mais elevados constam, ainda, a Rodoamarante (2,4 milhões de euros) e as empresas de Penafiel Expressdiagram (2,8 milhões) e Valpi Bus Alberto Pinto e Filhos (1,8 milhões), que usarão a verba para comprar 10 autocarros cada uma.
Para a ministra do ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, esta medida irá “beneficiar muito as zonas com maior densidade populacional”, mas é, ao mesmo tempo, uma ação “promotora da coesão territorial e social”, pois as candidaturas chegaram a todo o país, incluindo “territórios de baixa densidade do Interior”.