Um total de 11 300 pessoas assinaram a petição que defende igualdade no acesso ao tratamento do cancro do ovário, que vai ser entregue, esta segunda-feira, na Assembleia da República, assinalando o Dia Mundial do Cancro do Ovário.
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A petição "Nenhuma mulher portuguesa com cancro do ovário deixada para trás" refere que o cancro do ovário é o sétimo tipo de cancro mais comum entre as mulheres, com cerca de 314 mil novos casos por ano no Mundo (cerca de 560 em Portugal em 2020). E também a 5.ª causa de morte por doença oncológica.
Da autoria do Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG), o texto realça que, segundo a evidência clínica, "85% das mulheres com cancro do ovário vão ter uma recaída/recidiva após a cirurgia e a quimioterapia com platina, sendo que a maioria acabará por falecer nos cinco anos seguintes".
Existe só para alguns
A associação defende o acesso alargado a um tratamento de manutenção em primeira linha, que já existe em Portugal, mas apenas para doentes com mutação genética (sBRCA ou Gbrca).
"Essa decisão não é democrática nem compreensível. As doentes sem mutação, além de serem a maior parte dos casos de cancro do ovário (mais de 75%), são as que apresentam maiores necessidades médicas devido ao pior prognóstico", diz o texto. Sublinhando que "quem tem capacidade financeira pode ter acesso a este tratamento nos hospitais privados, mas as mulheres e famílias que não têm meios monetários acabam por não ter acesso".