Maioria é entregue à PSP. A CP é a entidade que mais artigos recebe, mas só um terço chega aos proprietários.
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De próteses dentárias a cadeiras de rodas, os principais operadores de transportes recebem milhares de objetos todos os meses. Só em 2023 e até ao primeiro semestre deste ano, foram perdidos mais de 84 mil peças pelos passageiros. A maioria são entregues à PSP quando não são reclamados pelos proprietários, mas há também quem fique na posse dos objetos. A Comboios Portugal (CP) é a entidade com mais artefactos encontrados.
De acordo com a empresa, deram entrada nos perdidos e achados 17 738 objetos em 2023 e 9689 este ano. Apenas 35% são entregues aos proprietários. Os restantes são "eliminados" ou "doados a instituições de solidariedade, após 30 dias da data de chegada.
Já a Metro do Porto regista 6200 objetos em 2023 e 3300 no primeiro semestre do ano. Todos os artigos encontrados nas composições ou nas estações são encaminhados para a sala dos perdidos e achados, que está localizada na Estação da Trindade.
"Durante a Queima das Fitas e no São João, é quando existe maior afluência e também há tendência para as pessoas perderem mais objetos nessas alturas", explica Ondina Silva, 51 anos, que acumula as funções de agente do posto de informação áudio da Metro do Porto com a gestão dos perdidos e achados. O trabalho desta equipa permitiu devolver aos passageiros 2282 artigos, tendo ainda sido entregues 4676 objetos à PSP.
Um ano para reclamar
Já na capital, o Metropolitano de Lisboa indica ao JN que foram registados 15 275 objetos perdidos em 2023 e 8526 no primeiro semestre de 2024.
Os cartões de transporte e os cartões bancários são os artigos que mais chegam às instalações do metropolitano. Mas também já receberam cadeira de rodas e bicicletas. Os objetos que não são reclamados até 72 horas após o seu registo são encaminhados para a secção de achados da esquadra da PSP dos Olivais.
De acordo com o Código Civil, o prazo para reclamação dos objetos perdidos é de um ano, depois "o achador faz sua a coisa perdida".
Curiosidade
STCP amealhou sete mil euros em ouro e doou a instituições
O Conselho de Administração da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) entregou, em 2022, sete mil euros a instituições de solidariedade social. O valor foi proveniente dos valores monetários perdidos nos veículos da empresa, bem como de bens em ouro e prata. As instituições foram indicadas pelos seis municípios acionistas. Ao JN, a STCP acrescenta que foram entregues 5231 objetos nos perdidos e achados da empresa, em 2023 e nos seis meses deste ano. E foram devolvidos aos clientes 3154 artigos.