A maioria das intervenções de redesignação sexual é realizada na unidade de referência de Coimbra e mais de metade corresponde a transição de feminino para masculino. Só dois hospitais públicos fazem estas operações.
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Já foram realizadas 408 cirurgias de mudança de sexo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde 2017. A maioria dos utentes foram operados na unidade de reconstrução génito-urinária e sexual (URGUS) do Centro Universitário de Coimbra e mais de metade corresponde a transição de feminino para masculino. Atualmente, existem mais de 251 cidadãos à espera para a cirurgia nesta unidade de referência nacional. O balanço é feito seis anos após a entrada em vigor de uma alteração legislativa que permitiu a mudança de nome e de género no registo civil a partir dos 16 anos e eliminou a necessidade de dois relatórios médicos para atestar a disforia de género.
O processo é complexo e demorado. Desde 1 de janeiro de 2017 a 31 de julho de 2024, foram realizadas 364 cirurgias de redesignação sexual no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. A maioria corresponde a mastectomias bilaterais (86), vaginoplastias (66), faloplastias (27), mamoplastias (25) e metoidioplastias (3). Do total, 60% dos doentes submetidos a cirurgia no serviço de cirurgia plástica corresponderam a transição de feminino para masculino. A média de idades é de 36,5 anos nos trans masculinos e de 36,7 nos femininos, avança ao JN o hospital de Coimbra, que não revelou o número de utentes operados.