O incêndio que lavra no Parque Natural da Serra da Estrela, desde a tarde de segunda-feira, está a ser combatido esta noite por 430 operacionais, auxiliados por 140 viaturas.
Corpo do artigo
De acordo com a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil na Internet, no combate ao fogo que começou às 14.46 horas de segunda-feira, em mato, na Senhora do Monte, na União das Freguesias de Aldeias e Mangualde da Serra, concelho de Gouveia, e que, entretanto alastrou, ao final do dia, para o concelho de Manteigas, estava, às 20.30 horas a ser combatido por 430 operacionais.
Parte dos meios envolvidos na operação são quatro grupos de combate de Aveiro, Coimbra e de Leiria e do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR), que foram mobilizados ao final da tard.
Os sucessivos reacendimentos, os maus acessos à área atingida pelas chamas e o vento, que sopra com constantes mudanças de direção, estão a dificultar a ação dos bombeiros, disse à agência Lusa, fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda. "Não há povoações ameaçadas" pelas chamas, adiantou a mesma fonte.
Agricultor sofre queimaduras em Palmela
Um agricultou sofreu queimaduras de primeiro grau na face e no pescoço quando ajudava no combate ao incêndio que durante a tarde lavrou na freguesia de Quinta do Anjo, Palmela.
António Jerónimo tentava combater as chamas num trator, quando foi apanhado pelo fogo. Quatro bombeiros das corporações do Seixal, Trafaria e Palmela também tiveram de receber assistência médica devido à inalação de fumo e fadiga.
O incêndio, que neste momento está dado como controlado, deflagrou às 14.30 horas e ainda ameaçou habitações na urbanização Vila Amélia, na freguesia de Quinta do Anjo, Palmela, perto da fábrica Refrige.
No local estiveram mais de 90 operacionais apoiados por 32 veículos.
Fogo consumiu três mil hectares em Cerveira
O incêndio que deflagrou sábado em Vila Nova de Cerveira, na localidade de Corgas-Candemil, foi dado como dominado.
O incêndio que deflagrava desde 11.16 horas de sábado na freguesia de Candemil e Gondar, concelho de Vila Nova de Cerveira, e que no domingo passou para o concelho de Caminha, foi dado como dominado segundo a informação disponibilizada pelas 9.20.
O fogo em povoamento florestal foi combatido nas últimas horas por 391 operacionais, apoiados por 126 meios terrestres, ficando o dispositivo em vigilância para prevenir reacendimentos.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira revelou que o incêndio que durante três dias lavrou no concelho em zona de mato, e já dado como dominado, consumiu cerca de três mil hectares. "As nossas estimativas apontam para cerca de três mil hectares de área ardida, sobretudo zona de mato e espécies infestantes", afirmou Fernando Nogueira, sublinhando que tratarem-se de números provisórios.
O autarca afirmou não haver a registar "danos pessoais, nem habitações consumidas pelas chamas" e apontou "alguns estragos" em maquinaria disponibilizada pelos serviços camarários para apoio no combate às chamas, bem como "nas infraestruturas de abastecimento de água, algumas já reparações e outras a serem intervencionadas".
Fernando Nogueira manifestou "grande preocupação" relativamente aos efeitos da "devastação" daquela água, "já no próximo inverno". "É uma zona de muito declive que ficou sem vegetação. Vai ser muito complicado, quando vierem as chuvas, controlar as enxurradas", sustentou.
Dominado fogo em Monção
O incêndio em mato que estava ativo desde sábado em Monção, no distrito de Viana do Castelo, foi dominado ao início da madrugada desta terça-feira, segundo fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil.
O incêndio que deflagrou em Sa, na freguesia de Messegães, Valadares e Sá, às 22.56 horas de sábado, foi dominado às 01.05. Um total de 199 operacionais apoiados por 60 veículos permanecia no terreno por volta das 03.00, segundo a mesma fonte.
Fogo entre Arouca e Viseu dominado
O fogo que lavrava desde segunda-feira no concelho de Arouca e esta manhã tinha uma frente ativa no concelho de Cinfães, distrito de Viseu, já foi dominado, informa o Comando Distrital de Operações de Socorro de Aveiro.
O sinistro teve início numa zona florestal abrangendo as freguesias de Canelas e Espiunca, em Arouca, e chegou a registar três frentes ativas relativamente próximas de pequenas aldeias da serra e habitações isoladas.
Envolvendo várias corporações dos distritos de Aveiro e Viseu, o período mais problemático do combate às chamas implicou o trabalho de 210 homens, 61 viaturas, dois aviões e dois helicópteros.
"Mas agora já está dominado", declara José Bismarck, comandante operacional distrital de Aveiro. "O vento aumentou e [ao dissipar o fumo] melhorou a visibilidade, o que ajudou bastante", explica.
Em algumas das áreas ardidas do distrito de Viseu há agora "uma série de reacendimentos", mas o comandante diz que "isso é o normal", pelo que se mantêm no local 150 homens, 45 viaturas, dois meios aéreos e duas máquinas de rasto.
"Ainda temos trabalho para muitas horas, até consolidarmos todo o perímetro do incêndio", adianta.
54 incêndios registados esta terça-feira
Entre as 00.00 e as 10.45 horas, deflagraram 54 incêndios no território continental do país, que mobilizaram um total de 740 operacionais, 178 veículos e sete meios aéreos, de acordo com a página da Proteção Civil na Internet.
Mantinham-se ativos àquela hora três fogos florestais (dois nos concelhos de São Pedro do Sul e de Cinfães, no distrito de Viseu, e um em Loures, distrito de Lisboa), além dos fogos de Gouveia (distrito da Guarda) e de Arouca (distrito de Aveiro), considerados os dois mais significativos.